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26/11/2002 - 18h12

Sharon derrotará Netanyahu nas primárias do Likud, dizem pesquisas

da France Presse, em Jerusalém

Apesar da agressiva campanha de seu grande adversário, Binyamin Netanyahu, o atual primeiro-ministro Ariel Sharon é o grande favorito para as eleições primárias do partido Likud (direita), que serão realizadas quinta-feira (28). O vencedor será candidato às eleições legislativas de janeiro e, segundo as pesquisas de opinião, o novo chefe de Estado de Israel.

As pesquisas de opinião mostram que a direita ganhará as eleições antecipadas de janeiro, contra o partido trabalhista, que já fez as suas primárias e escolheu Amram Mitzna, prefeito de Haifa (norte de Israel) como candidato, um homem favorável ao diálogo com os palestinos.

As pesquisas mostram que Sharon, 74, tem uma vantagem de 20 pontos sobre Netanyahu, 53, nas intenções de votos dos 300 mil membros do Likud que escolherão o novo líder do partido.

Mas os partidários de Netanyahu, atual chanceler, afirmam que a diferença real é menor e que pode haver surpresa de última hora.

Há algumas semanas, Netanyahu não foi tão claro quanto à tática que utilizaria contra Sharon. Primeiro, centrou sua campanha na economia, já que o Estado de Israel vive a maior recessão desde sua criação, em 1948.

Depois, lançou sinais ultraliberais, como uma redução dos impostos, "com exceção para os mais ricos", programa que também não despertou o entusiasmo esperado.

Por isso, decidiu se concentrar nas questões de segurança, e exigiu a expulsão do líder palestino Iasser Arafat, com quem negociou e assinou acordos quando era primeiro-ministro, de 1996 a 1999.

Sharon preferiu se mostrar como homem de Estado responsável, que se nega a fazer política "com frases de efeito e slogans", e recordou que se comprometeu frente aos Estados Unidos a não atentar fisicamente contra Arafat.

Por isso, Netanyahu tentou centrar sua campanha na questão do Estado palestino, acusando Sharon de aceitar esta idéias e comparando o atual primeiro-ministro com Mitzna.

"Um Estado palestino seria uma ameaça direta para nossa segurança e eu sou o único que é contra isso", afirma, destacando que com ele os palestinos teriam somente um regime simples de autonomia.

Netanyahu também tentou diferenciar-se de seu adversário assegurando que se chegasse ao poder seria contra um governo de coalizão com os trabalhistas.

Coalizão
Sharon, no entanto, sabe que a coalizão é vista com bons olhos pelos israelenses, e disse que faria o possível para criar de novo um governo de união nacional, como o que presidiu nos últimos 20 meses.

Mas esses desentendimentos não impediram que os dois rivais tentassem passa uma imagem de entendimento e respeito mútuo a seus colegas do Likud.

Ontem, três dias antes das eleições, Sharon e Netanyahu se dedicaram a fazer vários elogios mútuos, e anunciaram com poucos horas de antecedência que se vencessem ofereceriam ao perdedor a pasta das Relações Exteriores.

Sharon já foi entre 1998 e 1999 chefe da diplomacia no governo de Netanyahu. Mas, na época, os papéis eram invertidos e era Sharon que criticava as "concessões" que Netanyahu fazia em favor de Arafat.

O próprio Sharon se negou a apertar a mão do líder palestino durante as negociações de outubro de 1998 em Wye Plantation, nos Estados Unidos.

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