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14/11/2002 - 12h21

Papa fala pela 1ª vez em 150 anos para parlamentares italianos

da Folha Online

O papa João Paulo 2º, 82, fez hoje um discurso histórico aos parlamentares italianos em que advertiu sobre os perigos de uma guerra "sem solução", o terrorismo internacional e a globalização. É a primeira vez em 150 anos que o chefe da Igreja Católica se dirige ao Parlamento da Itália.

O discurso aos parlamentares italianos, reunidos para uma sessão conjunta extraordinária na Câmara dos Deputados, em Roma, durou cerca de 45 minutos -um dos mais longos pronunciados recentemente pelo papa.

A intervenção do papa, recebida de forma triunfal, foi interrompida 20 vezes por aplausos, enquanto os canais de TV, tanto públicos como privados, mudaram sua habitual programação para realizar a transmissão ao vivo da sessão.

Reuters
João Paulo 2º é aplaudido por parlamentares italianos na Câmara dos Deputados em Roma


João Paulo 2º, que sofre de mal de Parkinson (desordem do sistema nervoso), falou com voz clara e dispensou a cadeira de rodas usada durante as cerimônias religiosas devido a problemas físicos para se movimentar.

Três tipos de argumentos foram abordados durante sua intervenção: de caráter nacional, europeu e mundial. João Paulo 2º alertou sobre a "terrível dimensão" adquirida pelo terrorismo internacional e negou qualquer responsabilidade das grandes religiões monoteístas.

As religiões cristã, muçulmana e judia foram envolvidas "de uma maneira totalmente deformada", afirmou o papa.

Sobre a possibilidade de um eventual conflito no Iraque, o papa recordou à Itália e a "todos os países que historicamente se baseiam na fé cristã os riscos de ficar prisioneiro da lógica do enfrentamento sem solução".

João Paulo 2º convidou a todos os países a trabalhar para "encontrar caminhos de paz, sem ignorar as atuais ameaças" que pesam sobre eles.

Em sua exposição, o papa reiterou sua preocupação pelas "espantosas desigualdades" que marcam o mundo e se uniu ao coro daqueles que criticam a globalização selvagem, sem alma e sem justiça.

Ante o presidente da Itália, o chefe de governo e 800 deputados e senadores -apenas um pequeno grupo de laicos e comunistas não quiseram assistir o papa-, João Paulo 2º pediu que os valores católicos sejam incorporados na futura Constituição européia.

"Alimento a esperança de que, graças à Itália, não seja excluído da Casa Comum Européia o cimento extraordinário herdado a nível religioso e cultural, que contribuiu para a grandeza da Europa no curso dos séculos", afirmou.

Com agências internacionais

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