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08/11/2002 - 16h10

Conflito colombiano é tema de discussão no fórum de Florença

da France Presse, em Florença

O conflito social na Colômbia foi uma das questões mais discutidas no fórum social antiglobalização que se realiza em Florença (centro da Itália), ao qual foram convidados economistas e líderes políticos colombianos.

"Vim por causa de Bové e descobri Mondragón", disse um jovem estudante florentino no final de uma concorrida conferência sobre soberania alimentar e os problemas de posse de terra presidida pelo representante da confederação camponesa francesa, José Bové, e pelo economista colombiano Hector Mondragón.

Enquanto Bové defendeu os direitos dos camponeses e o princípio da terra para quem a trabalha, Mondragón, convidado pela Coordenadora Camponesa Européia, ilustrou a grave situação na Colômbia.

"Em 15 anos, 2,5 milhões de camponeses foram obrigados a abandonar suas terras para dar espaço à extração de petróleo e à construção de vias de comunicação. Em 10 anos, 1.700 membros do movimento camponês foram assassinados", denunciou.

"Os Estados Unidos impuseram o liberalismo para comercializar os produtos agrícolas das multinacionais, destruindo assim as produções locais. Os camponeses na Colômbia não têm outra possibilidade senão cultivar ilegalmente coca e papoula", afirmou Mondragón, cuja palestra foi seguida com interesse pelos numerosos estudantes europeus que assistem ao fórum.

"A agricultura é uma nova forma de colonialismo dos países do Norte do planeta para com os do Sul", disse Bové, que corre o risco de ser condenado a 14 meses de prisão na França por sua luta contra as multinacionais.

"A diversidade é a chave desta reunião", comentou outro colombiano, Luis Eduardo Garzón, candidato de esquerda à presidência da Colômbia nas eleições de maio passado, obtendo com a Frente Social e Política 6,2% dos votos, convertendo-se assim na terceira força política desse país.

Garzón, ex-secretário da confederação de trabalhadores, participou no fórum nos debates consagrados à situação na América Latina.

Discorrendo sobre o tema "Colômbia, laboratório da globalização neoliberal", o líder político fez um esboço do futuro de seu país com o novo governo do presidente Alvaro Uribe.

"Há 20 anos, a Colômbia era um país fechado, autárquico, sem relações com o exterior. Agora se internacionalizou, mas infelizmente foi devido ao narcotráfico e à crise dos direitos humanos", assinalou após uma reunião com o presidente da região toscana, Claudio Martini.

Em junho de 2003, uma sessão do Fórum Social Mundial se realizará em Cartagena, no Caribe colombiano, sobre a questão "Narcotráfico, violência, democracia e direitos humanos".

Leia mais no especial Colômbia
 

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