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07/11/2002
-
05h20
da Folha de S.Paulo, em Washington
A vitória do presidente George W. Bush nas eleições gerais tem um significado especial para a América Latina, principalmente para países como Colômbia, Chile e Cuba. Para o Brasil, no entanto, o impacto deverá ser pequeno.
A consequência mais imediata é que a Casa Branca poderá finalmente completar a nomeação do polêmico subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos, o cubano-americano Otto Reich.
É o posto mais importante do Departamento de Estado para a região. Os senadores democratas estavam barrando a aprovação de Reich devido a seu envolvimento com operações ilegais na América Central na administração Reagan (1981-89). Reich havia sido recomendado para o cargo pelo irmão do presidente, Jeb Bush, reeleito anteontem governador da Flórida com o apoio da comunidade cubana. Reich, um anticastrista radical, tem ocupado o cargo por meio de um mecanismo de nomeações emergenciais.
Para o Brasil, os efeitos seriam limitados, mais simbólicos.
"A relação bilateral não muda", disse o embaixador brasileiro em Washington, Rubens Barbosa. Segundo ele, as questões que interessam a Bush e afetam o Brasil, como a TPA (Autoridade para Negociação Comercial) e a Lei Agrícola, já foram aprovadas.
No entanto há quem veja na vitória dos republicanos um significado especial para o governo do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. "Como Lula, Bush obteve legitimidade nas urnas", disse o vice-presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e ex-ministro do Trabalho, Paulo Paiva. "Os dois vão presidir as negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) com respaldo de suas sociedades e com a capacidade de fazer ofertas reais".
Já Colômbia e Chile serão especialmente afetados, disse à Folha Miguel Diaz, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. Para a Colômbia, o resultado deverá facilitar o processo anual por meio do qual o Congresso americano renova ou não a ajuda militar ao país. "O Senado vinha colocando restrições ao Plano Colômbia, impedindo uma colaboração mais ativa no combate à narcoguerrilha e levantando questões no campo dos direitos humanos. Presume-se que isso mude".
Com relação ao Chile, a vitória republicana abre espaço para a aprovação do acordo de livre comércio entre os dois países. A base parlamentar contrária ao acordo nos EUA é majoritariamente democrata.
Leia mais no especial Governo Bush
Resultado nas eleições dos EUA afeta mais Colômbia que Brasil
MARCIO AITHda Folha de S.Paulo, em Washington
A vitória do presidente George W. Bush nas eleições gerais tem um significado especial para a América Latina, principalmente para países como Colômbia, Chile e Cuba. Para o Brasil, no entanto, o impacto deverá ser pequeno.
A consequência mais imediata é que a Casa Branca poderá finalmente completar a nomeação do polêmico subsecretário de Estado para Assuntos Interamericanos, o cubano-americano Otto Reich.
É o posto mais importante do Departamento de Estado para a região. Os senadores democratas estavam barrando a aprovação de Reich devido a seu envolvimento com operações ilegais na América Central na administração Reagan (1981-89). Reich havia sido recomendado para o cargo pelo irmão do presidente, Jeb Bush, reeleito anteontem governador da Flórida com o apoio da comunidade cubana. Reich, um anticastrista radical, tem ocupado o cargo por meio de um mecanismo de nomeações emergenciais.
Para o Brasil, os efeitos seriam limitados, mais simbólicos.
"A relação bilateral não muda", disse o embaixador brasileiro em Washington, Rubens Barbosa. Segundo ele, as questões que interessam a Bush e afetam o Brasil, como a TPA (Autoridade para Negociação Comercial) e a Lei Agrícola, já foram aprovadas.
No entanto há quem veja na vitória dos republicanos um significado especial para o governo do presidente eleito do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. "Como Lula, Bush obteve legitimidade nas urnas", disse o vice-presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e ex-ministro do Trabalho, Paulo Paiva. "Os dois vão presidir as negociações da Alca (Área de Livre Comércio das Américas) com respaldo de suas sociedades e com a capacidade de fazer ofertas reais".
Já Colômbia e Chile serão especialmente afetados, disse à Folha Miguel Diaz, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais. Para a Colômbia, o resultado deverá facilitar o processo anual por meio do qual o Congresso americano renova ou não a ajuda militar ao país. "O Senado vinha colocando restrições ao Plano Colômbia, impedindo uma colaboração mais ativa no combate à narcoguerrilha e levantando questões no campo dos direitos humanos. Presume-se que isso mude".
Com relação ao Chile, a vitória republicana abre espaço para a aprovação do acordo de livre comércio entre os dois países. A base parlamentar contrária ao acordo nos EUA é majoritariamente democrata.
Leia mais no especial Governo Bush
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