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07/11/2002
-
03h21
da Folha de S.Paulo, em Washington
O presidente George W. Bush obteve uma vitória significativa nas eleições de anteontem nos EUA e assumiu o controle de todos os meios necessários para levar adiante a sua agenda conservadora. Seu partido recuperou o controle do Senado, aumentou a maioria que hoje detém na Câmara dos Representantes e ganhou o governo em alguns Estados onde a disputa era mais acirrada.
Considerando o alinhamento ideológico entre a Casa Branca e a maioria conservadora na Suprema Corte, é a primeira vez, desde 1929, que um presidente norte-americano detém apoio dos três Poderes. Também é a primeira vez na história que um um presidente republicano consegue elevar a bancada de seu partido na Câmara nas eleições realizadas no meio do mandato presidencial. Os únicos que haviam obtido tal feito eram democratas - Franklin Roosevelt em 1934 e Bill Clinton em 1998.
A vitória republicana no Senado foi confirmada durante a madrugada, depois que a candidata democrata pelo Missouri, Jean Carnahan, reconheceu sua derrota para o republicano Jim Talent. Até o final da tarde de ontem, os republicanos tinham pelo menos 51 das 100 cadeiras no Senado, antes controlado pelos democratas. Os únicos Estados ainda indefinidos não poderão salvar os democratas: a Louisiana, onde haverá segundo turno, em 7 de dezembro, e Dakota do Sul, onde deve haver recontagem de votos.
Na Câmara, os republicanos ampliaram de 223 para 227 a sua bancada. Os democratas caíram de 210 para 206. Três distritos não haviam terminado a apuração.
Democratas e republicanos reconheceram que os fatores de desequilíbrio nas eleições foram a popularidade adquirida por Bush depois dos atentados de 11 de setembro e seu empenho em ajudar os candidatos republicanos.
"Ficou claro que o presidente desempenhou um papel muito construtivo nos bons resultados registrados pelo Partido Republicano, e o fato do partido não ter perdido vagas nas eleições de meio mandato é histórico", disse ontem o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, adiantando a agenda que Bush vai implementar a partir da posse do novo Congresso. "Muitas iniciativas estavam emperradas no Senado. Agora, vão caminhar".
Fleischer mencionou a criação do Departamento da Segurança Interna, o veto à clonagem humana, a aprovação de um programa de assistência conduzido por entidades religiosas, a nomeação de 50 juízes conservadores e a aprovação de uma lei permitindo a companhias de energia driblarem restrições ambientais.
"Tratou-se de um plebiscito sobre a liderança, e o povo americano disse: 'Sim, confiamos nesse homem'", disse o líder republicano do Senado, Trent Lott, referindo-se a Bush.
Para o presidente do Partido Democrata, Terry McAuliffe, Bush definiu as eleições. "O presidente conseguiu esticar sua popularidade até as eleições. Ele foi determinante para a nossa derrota".
O resultado abriu crise no Partido Democrata, incapaz de fazer oposição eficaz. "Ainda somos a oposição, tentaremos fornecer os contrapesos necessários numa democracia", disse o líder no Senado, Tom Daschle. "Agora, Bush não terá como nos culpar pelas coisas que dão errado".
Em razão da derrota, o deputado democrata Peter Deutsch pediu a renúncia dos líderes de seu partido. Dick Gephardt, líder democrata na Câmara, deve anunciar hoje que não buscará a reeleição para o cargo, abrindo uma disputa interna por sua sucessão.
Leia mais no especial Governo Bush
Eleição dá a Bush maioria no Congresso
MARCIO AITHda Folha de S.Paulo, em Washington
O presidente George W. Bush obteve uma vitória significativa nas eleições de anteontem nos EUA e assumiu o controle de todos os meios necessários para levar adiante a sua agenda conservadora. Seu partido recuperou o controle do Senado, aumentou a maioria que hoje detém na Câmara dos Representantes e ganhou o governo em alguns Estados onde a disputa era mais acirrada.
Considerando o alinhamento ideológico entre a Casa Branca e a maioria conservadora na Suprema Corte, é a primeira vez, desde 1929, que um presidente norte-americano detém apoio dos três Poderes. Também é a primeira vez na história que um um presidente republicano consegue elevar a bancada de seu partido na Câmara nas eleições realizadas no meio do mandato presidencial. Os únicos que haviam obtido tal feito eram democratas - Franklin Roosevelt em 1934 e Bill Clinton em 1998.
A vitória republicana no Senado foi confirmada durante a madrugada, depois que a candidata democrata pelo Missouri, Jean Carnahan, reconheceu sua derrota para o republicano Jim Talent. Até o final da tarde de ontem, os republicanos tinham pelo menos 51 das 100 cadeiras no Senado, antes controlado pelos democratas. Os únicos Estados ainda indefinidos não poderão salvar os democratas: a Louisiana, onde haverá segundo turno, em 7 de dezembro, e Dakota do Sul, onde deve haver recontagem de votos.
Na Câmara, os republicanos ampliaram de 223 para 227 a sua bancada. Os democratas caíram de 210 para 206. Três distritos não haviam terminado a apuração.
Democratas e republicanos reconheceram que os fatores de desequilíbrio nas eleições foram a popularidade adquirida por Bush depois dos atentados de 11 de setembro e seu empenho em ajudar os candidatos republicanos.
"Ficou claro que o presidente desempenhou um papel muito construtivo nos bons resultados registrados pelo Partido Republicano, e o fato do partido não ter perdido vagas nas eleições de meio mandato é histórico", disse ontem o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, adiantando a agenda que Bush vai implementar a partir da posse do novo Congresso. "Muitas iniciativas estavam emperradas no Senado. Agora, vão caminhar".
Fleischer mencionou a criação do Departamento da Segurança Interna, o veto à clonagem humana, a aprovação de um programa de assistência conduzido por entidades religiosas, a nomeação de 50 juízes conservadores e a aprovação de uma lei permitindo a companhias de energia driblarem restrições ambientais.
"Tratou-se de um plebiscito sobre a liderança, e o povo americano disse: 'Sim, confiamos nesse homem'", disse o líder republicano do Senado, Trent Lott, referindo-se a Bush.
Para o presidente do Partido Democrata, Terry McAuliffe, Bush definiu as eleições. "O presidente conseguiu esticar sua popularidade até as eleições. Ele foi determinante para a nossa derrota".
O resultado abriu crise no Partido Democrata, incapaz de fazer oposição eficaz. "Ainda somos a oposição, tentaremos fornecer os contrapesos necessários numa democracia", disse o líder no Senado, Tom Daschle. "Agora, Bush não terá como nos culpar pelas coisas que dão errado".
Em razão da derrota, o deputado democrata Peter Deutsch pediu a renúncia dos líderes de seu partido. Dick Gephardt, líder democrata na Câmara, deve anunciar hoje que não buscará a reeleição para o cargo, abrindo uma disputa interna por sua sucessão.
Leia mais no especial Governo Bush
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