Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
06/11/2002 - 18h34

Vitória eleitoral fortalece Bush em sua posição contra o Iraque

da France Presse, em Washington

A vitória dos republicanos nas eleições legislativas realizadas ontem fortalece a posição do presidente norte-americano, George W. Bush, em sua cruzada contra o Iraque, tanto para negociar na ONU como para lançar uma eventual operação militar, destacaram hoje analistas em Washington.

Esta vitória, com a qual o partido de Bush recupera a maioria no Senado, acontece quando Washington pressiona a ONU para que aprove uma resolução que reforce as inspeções de desarmamento no Iraque e ameaça uma operação militar contra Bagdá.

Bush já pediu ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, depois de um mês e meio de acalorados debates, principalmente com a França e a Rússia, que aprove o projeto de resolução apresentado por Washington.

"Hoje distribuímos um texto revisto que estipula claramente que Saddam Hussein deve se desarmar", disse o porta-voz da Casa Branca Ari Fleischer. "O presidente espera que as Nações Unidas aprove", acrescentou.

Nesta nova versão, o Conselho daria ao Iraque "uma última oportunidade para cumprir com suas obrigações de se desarmar", segundo uma cópia do projeto distribuído à imprensa em Nova York.

Bush já tinha feito um ponto decisivo no mês passado, ao conseguir do Congresso, por esmagadora maioria, ampla autoridade para usar a força contra o Iraque se achar necessário.

Autoridade
As eleições de ontem, em cuja campanha Bush ligou a luta antiterrorista ao Iraque, para transformá-la em um de seus principais pilares, dá ao presidente uma maior legitimidade quanto a esse assunto.

"Já havia pouco resistência política no Congresso. Hoje já não há nenhum setor com poder que possa se opor ou resistir à mensagem presidencial", avalia Jon Wolfsthal, especialista em política externa da Fundação Carnegie.

Esta eleição "dá maior margem a Bush para negociar na ONU, ou para agir se as Nações Unidas se achar preciso", acrescentou.

Os analistas acreditam no entanto que a decisão entre uma solução militar ou diplomática do problema iraquiano não está tomada, e que o fortalecimento da autoridade de Bush depois das eleições tanto pode pender para um lado como para o outro.

"Há uma grande probabilidade de que os Estados Unidos se orientem para uma invasão do iraque", destaca Henry Siegman, do Council on Foreign Relations, um centro de análises internacionais de Nova York.

Apesar disso, "Washington parece receptivo à hipótese de que Bagdá se adapte o suficiente às condições impostas pela ONU para que isso torne difícil uma opção militar", em consequência "uma invasão não seria inevitável", afirma.

"Com certo cinismo, podemos dizer que Bush usou o Iraque para reforçar sua imagem política durante a campanha eleitoral, mas sabe que uma longa e difícil guerra o enfraqueceria", diz Wolfsthal.

A Casa Branca, por sua vez, insistiu hoje na opção diplomática, afirmando que o presidente e o secretário de Estado Colin Powell "ouviram atentamente os pontos de vista de nossos aliados e amigos" e destacou os pontos essenciais do porque Washington não quer ceder na ONU.

"A resolução cumpre as metas que o Presidente identificou desde o começo, especificamente, deixa claro que o Iraque insiste na violação das resoluções anteriores, prevê um regime de inspeções [de desarmamento] muito duro e deixa claro que haverá sérias conseqüências se o Iraque não cumprir isso", destacou Fleischer.

Leia mais no especial Governo Bush

Leia mais no especial Iraque
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade