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06/11/2002 - 10h22

Republicanos fizeram campanha baseada na segurança

da France Presse, em Washington

A histórica vitória dos republicanos nas eleições de meio mandato pode ser explicada pela falta de capacidade dos democratas em contra-atacar a intensa campanha do presidente George W. Bush com ênfase na segurança nacional e na "guerra contra o terrorismo".

Segundo os resultados fornecidos pelas redes de TV, os republicanos obtiveram ontem o controle do Senado e ampliaram sua presença na Câmara de Representantes (deputados).

"Bush conseguiu fazer da segurança nacional o tema dominante no país nas últimas semanas", afirmou Charles Jones, professor de ciências políticas e especialista do Brookings Institution.

Jones afirmou ainda que isso permitiu aos republicanos capitalizar a excepcional popularidade do presidente (mais de 60%) obtida depois dos atentados de 11 de setembro e mantida ante a perspectiva de uma eventual guerra contra o Iraque.

"Este voto em favor dos republicanos demonstra que os americanos, ainda traumatizados pelo 11 de setembro, apóiam a forte liderança presidencial", declarou Jones.

"Tradicionalmente, os americanos têm mais confiança nos republicanos em termos de segurança nacional", disse Allen Lichtmanm, professor de história da American University.

Os democratas, guiados pelo chefe da atual maioria no Senado, Tom Daschle, "jamais conseguiram desenvolver temas nacionais com coerência suficiente e insistiram nos assuntos econômicos e sociais para contra-atacar a campanha de Bush sobre a 'guerra contra o terrorismo' e a segurança no geral", afirmou Jones.

Ontem Bush se tornou o terceiro presidente a ver seu partido melhorar sua presença no Congresso nas eleições de meio mandato depois dos democratas Franklin D. Roosevelt, em 1934, e Bill Clinton, em 1998.

Também virou o primeiro presidente republicano a conseguir isso, pois até os populares Dwight Eisenhower e Ronald Reagan tiveram de ceder espaços no Congresso em 1954 e em 1982, respectivamente.

O porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer, saudou o excepcional êxito republicano e enfatizou que Bush e seu partido "entraram para a história". Os republicanos têm asseguradas 50 das 100 cadeiras do Senado. Segundo a legislação americana, o vice-presidente, Dick Chenney, que também é presidente do Senado, vota em caso de empate.

A maioria republicana no Senado poderá ser reforçada ainda mais se forem confirmados os resultados em três Estados que ainda não têm o resultado resolvido. Na Câmara de Representantes, segundo uma projeção da CNN, os republicanos obtiveram 226 cadeiras contra 204 dos democratas, quando a maioria absoluta é de 218 deputados.

Nestas eleições estavam em jogo as 435 cadeiras da Câmara de Representantes, 34 das 100 do Senado e 36 dos 50 governos.

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