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05/11/2002 - 02h32

EUA definem Congresso em clima de apatia

MARCIO AITH
da Folha de S.Paulo, em Washington

Em meio a um clima de apatia e desinteresse, os EUA realizam hoje as primeiras eleições gerais desde os atentados terroristas de 2001. A disputa vai definir o controle do Congresso, do governo de 36 dos 50 Estados e influir nas decisões do presidente George W. Bush sobre economia e um possível ataque contra o Iraque.

No entanto pesquisas mostram que o comparecimento às urnas deverá ficar perto do patamar de 38% registrado nas eleições parlamentares de 1998, índice mais baixo desde 1942. "Apareçam para votar. Façam o que for preciso", conclamou Bush em comício republicano em Illinois. "Usem o telefone, agarrem seu vizinho, façam o que tiver que ser feito para levar as pessoas às urnas", disse.

"Foi um erro achar que, com o aumento do patriotismo, os atentados de 11 de setembro despertariam a participação política", disse à Folha Curtis Gans, diretor, do Comitê de Estudo do Eleitorado Americano. "O patriotismo e o civismo podem ter crescido, mas não o interesse dos americanos pelo voto. Nem mesmo o registro eleitoral aumentou".

O voto e o registro eleitoral não são obrigatórios. Cem milhões de adultos costumam ficar de fora do processo eleitoral, por falta de interesse ou de registro. O comparecimento às urnas costuma ser de 50% em eleições presidenciais e de pouco mais de um terço nas "midterm elections", como são chamadas as eleições que acontecem no meio dos mandatos presidenciais, como as de hoje.

Pesquisa da TV CBS e do jornal "The New York Times" divulgada anteontem sugere que os americanos estão apáticos porque democratas e republicanos falharam na missão de explicar aos eleitores sua visão para o país ou a relação entre as eleições parlamentares e as grandes questões nacionais. Metade dos eleitores disse estar menos disposta a votar agora do que em 1998, embora 66% acreditem que, devido aos problemas econômicos e à ameaça do terrorismo, seus filhos venham a ter uma vida pior do que a sua.

A pesquisa mostrou que a guerra contra o terrorismo não estimula tanto os eleitores quanto preocupações com relação à economia. Para cada eleitor que define o combate ao terror como prioridade, outros dois dizem que os problemas econômicos são mais importantes.

Estão em jogo 34 das 100 cadeiras do Senado, todas as 435 na Câmara dos Representantes (deputados), milhares de cargos legislativos estaduais e a disputa pelo governo em 36 Estados.

Os democratas precisam de mais dez cadeiras para assegurar, sem a ajuda de nenhum independente, a maioria na Câmara. No Senado, basta aos republicanos adicionar um único senador à sua bancada para retomar o controle da Casa.

Apesar do desinteresse dos eleitores, republicanos e democratas devem gastar um recorde de mais de US$ 500 milhões em doações de empresas e sindicatos.

Historicamente, o partido que ocupa a Presidência costuma perder cadeiras no Congresso nas eleições de meio de mandato. Mas, com a alta popularidade de Bush e seu empenho pessoal na campanha, muitos analistas consideram provável que os republicanos ampliem sua maioria na Câmara. No Senado, a morte de um senador democrata no mês passado e a indicação de um independente para o seu lugar deixou os dois partidos empatados e a disputa pela Casa mais acirrada.
 

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