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01/11/2002 - 08h44

Sobe para 26 número de mortos em terremoto no sul da Itália

da Folha Online

Mais duas crianças foram encontradas mortas hoje nos escombros de uma escola que desabou ontem durante um violento terremoto que atingiu a cidade de Giuliano di Puglia, no sul da Itália.

O tremor de 5,4 graus na escala Richter deixou ao menos 26 mortos -uma professora, 23 crianças e duas mulheres que viviam perto da escola e foram atingidas pelo desabamento de suas casas.

Equipes de resgate ainda tentam encontrar três crianças presas sob os escombros.

Os bombeiros estavam retirando os escombros com as mãos para evitar que crianças presas pudessem involuntariamente ser feridas pela queda de blocos de concreto.



"Seria difícil que as crianças sobrevivessem tanto tempo nessas condições", disse o funcionário da Defesa Civil Ernesto Angelotti, enquanto suas equipes esfregavam às mãos para afastar o frio de 6°C.

No total, mais de 30 pessoas foram resgatadas com vida da escola. Entre elas o menino Angelo, 8, cujas pernas estavam presas nos escombros. Ele passou 16 horas ao lado do corpo de uma menina. Ele quebrou o ombro e duas pernas, mas passa bem.

O terremoto derrubou muitos prédios de Giuliano di Puglia, com apenas 1.195 habitantes. A cidade fica perto de Campobasso, que foi o epicentro do tremor, a 80 km ao nordeste de Nápoles.

Em Campobasso, cerca de 70% das casas sofreram danos, de acordo com o governo italiano, com muros e paredes caindo sobre carros e nas calçadas.

Desespero
Pais desesperados passaram a noite em vigília à espera de notícias de seus filhos, que participavam de uma festa de Halloween no momento do terremoto, ontem de manhã.

"Vou morrer com ele. Vou morrer com ele", gritava uma jovem mãe no local. Um homem na faixa de 30 anos, ao lado, disse, antes de desmaiar: "Nossa senhora. Meu pobre filho".

"É como uma guerra", comparou o morador Antonio Ieniri, 69. "É como se a cidade tivesse sido bombardeada."

Os bombeiros disseram que a escola, construída na década de 1950, tinha paredes frágeis e não estava preparada para um terremoto.

"Não há nada a dizer. É uma tragédia", declarou o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, que voou de helicóptero para a região. Na manhã de hoje, ele visitou crianças feridas em um hospital de Larino, cidade onde mil pessoas ficaram desabrigadas.

O terremoto foi o mais forte a atingir a Itália desde 1997, quando um tremor de 5,8 graus na escala Richter atingiu a Umbria. Em 1980, cerca de 2.800 pessoas morreram em um terremoto de 6,9 graus no sul de Nápoles.

O tremor de ontem foi sentido até mesmo na Croácia, do outro lado lado do mar Adriático, segundo o Instituto Sismológico croata. Na Itália, grandes cidades como Roma e Nápoles também sentiram o tremor. O terremoto de ontem foi seguido por dois secundários, um de 2,9 graus e outro de 3,7 graus, ambos com epicentro em Campobasso.

Etna
Segundo especialistas, não há relação entre o terremoto de ontem e a erupção do vulcão Etna, que vem provocando tremores de terra na Sicília nos últimos dias. A distância entre os dois locais é de cerca de 440 km.

Ontem um tremor de 3,7 graus na escala Richter atingiu uma região próxima ao vulcão Etna. Terremotos mais fortes já haviam atingido a área nesta semana. A erupção do vulcão está produzindo uma nuvem de fumaça que atravessa o mar Mediterrâneo, chegando à África.

De acordo com Alessandro Amato, do Instituto de Geofísica italiano, "os epicentros dos dois tremores [o de Campobasso e o do Etna] estão muito distantes. E o do Etna é causado por atividade vulcânica, diferentemente do de Campobasso".

Com agências internacionais

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