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17/10/2002 - 17h01

América Latina rechaça na ONU uso da força contra Iraque

da France Presse, em Nova York (EUA)

Representantes da América Latina se opuseram a um confronto bélico contra o Iraque e encorajaram ao esgotamento de todas as alternativas diplomáticas para resolver o conflito com o governo de Bagdá, durante um debate público realizado na ONU (Organização das Nações Unidas) ontem e hoje.

"O uso da força em nível internacional é somente admissível uma vez esgotadas as alternativas diplomáticas", declarou o embaixador brasileiro na ONU, Gerardo Fonseca, que insistiu também na necessidade de que o Iraque cumpra com a obrigação de destruir suas armas de destruição em massa.

O diplomata brasileiro frisou que no debate sobre qual política seguir em relação ao Iraque "estão em jogo a paz e a segurança do mundo", assim como "a credibilidade" das Nações Unidas.

"Em momentos como este, devemos nos guiar pelos regulamentos do direito internacional", disse o representante do Brasil, reafirmando que o "uso da força deve ser exercido de acordo com a Carta das Nações Unidas e as resoluções do Conselho de Segurança".

Outros países latino-americanos coincidiram com a posição da maioria dos países do mundo, que expressaram neste debate seu rechaço a um ataque unilateral dos Estados Unidos contra o Iraque, e a necessidade do regresso dos inspetores de desarmamento da ONU.

Argentina e Chile, que tomaram a palavra ontem durante este debate público -convocado para que as nações não-representadas no Conselho possam se expressar sobre a questão do Iraque -, se opuseram a um ataque, e reafirmaram a prioridade de uma solução diplomática a este conflito.

"O uso da força deve ser evitado", disse o embaixador argentino Arnoldo Listre, assinalando que uma "solução pacífica é ainda possível".

O embaixador do Chile, Gabriel Valdez, concordou com seu colega argentino, notando que o retorno dos inspetores deve ser, após a resolução, "imediato e irrestrito".

Só quando os inspetores fizerem seu relatório, o conselho deve avaliar a situação e determinar as medidas a tomar, concluiu Valdez.

O representante de Cuba, Bruno Rodríguez Parilla, pediu também o regresso imediato dos peritos encarregados de desarmar o Iraque.

Advertiu que se o Conselho de Segurança não preservar a paz, que é o fim para o qual foi criado, a ONU perderá sua credibilidade.

"Como poderá sobreviver então quando sua credibilidade já estiver em crise?", indagou o embaixador cubano.

Até agora nenhum país se pronunciou a favor da postura dos Estados Unidos de exigir uma resolução que autorize o uso da força se o Iraque não admitir as inspeções.

Leia mais no especial Iraque
 

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