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09/10/2002 - 17h14

Paquistão realiza eleições após três anos de regime militar

da France Presse, em Islamabad (Paquistão)

Mais de 70 milhões de paquistaneses votam amanhã em eleições legislativas, que serão as primeiras desde o golpe de estado do general Pervez Musharraf em outubro de 1999.

As últimas eleições legislativas aconteceram em 1997 e naquela ocasião a participação rondou os 36%.

O general Musharraf e toda a engrenagem política estatal, os quais a oposição acusa de constituir uma "farsa pré-eleitoral", querem formar um parlamento de acordo com quem for o futuro primeiro-ministro do país.

Reuters - 12.ago.2001
Pervez Musharraf, presidente do Paquistão
Musharraf já declarou unilateralmente que seria presidente por cinco anos, que teria poder para dissolver a assembléia e que um Conselho nacional de segurança, formado por civis e militares, supervisionaria a gestão governamental.

A oposição afirma que Musharraf busca a forma de perpetuar a influência das forças armadas no país.

As poucas pesquisas de opinião publicadas no Paquistão mantêm a incerteza sobre quem será o vencedor das eleições, nas quais concorrem o Partido Popular Paquistanês (PPP, de Benazir Bhutto) e a Liga Muçulmana Paquistanesa-Quaid (PML-Q, próxima ao regime militar).

Segundo os opositores, os candidatos da PML-Q, facção criada recentemente e integrada por membros de diversas formações, não são mais que oportunistas comprados pelo poder.

Sempre em função das previsões das pesquisas, seria seguido nas intenções de voto pelo PML-N do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, derrubado por Musharraf en 1999, e a MMA, uma coalizão de partidos fundamentalistas que critica o regime por ter se aliado à união internacional antiterrorista liderada pelos Estados Unidos.

Também criticam sua mudança de posição em relação ao regime dos talebans no vizinho Afeganistão e as perseguições que fez nos círculos islamitas.

As autoridades mobilizaram para amanhã mais de 200 mil policiais, militares, paramilitares e comandos antiterroristas, com medo a una escalada de atos violentos como os que aconteceram no Paquistão durante os últimos meses.

Segundo todos os prognósticos, os dias seguintes às eleições serão marcados por uma frenética atividade política. Haverá intensas "intrigas" e serão criadas alianças por parte do poder para continuar governando e dos dois principais partidos de oposição (PPP e PML-N) para expulsar o ditador.

Um total de 7.054 candidatos lutam por 342 cadeiras da Assembléia Nacional, assim como pelas 728 cadeiras das assembléias provinciais.

A idade mínima para votar baixou de 21 para 18 anos, o que supõe 2,6 milhões de novos eleitores, informou o departamento nacional de estatísticas.

Depois do golpe de Estado, Musharraf dissolveu o parlamento mas se comprometeu a restabelecer a democracia num prazo de três anos.

Cerca de 200 observadores estrangeiros estão no país para acompanhar as eleições.

Em 55 anos de independência, o Paquistão viveu 27 sob regime militar.
 

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