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20/11/2002 - 08h40

Atividade hacker deve render pressão internacional ao Brasil

da Folha de S.Paulo

A escalada brasileira no ranking dos hackers deve resultar em pressões internacionais sobre as autoridades do país para que tomem providências para conter as atividades dos piratas virtuais.

Segundo DK Matai, presidente da mi2g, após os atentados de 11 de setembro de 2001, EUA e Reino Unido aprovaram leis que comparam cibercrime a terrorismo.

Temem que extremistas islâmicos utilizem os hackers em seus ataques ao Ocidente. "Seria importante controlar as atividades de hackers no Brasil, para evitar que esses elementos muito capacitados sejam contratados por radicais islâmicos", disse Matai à Folha, por telefone. Leia trechos da entrevista.

Folha - Como vocês chegaram a esses resultados?
DK Matai - Temos um banco de dados desde 1995 e monitoramos atividades de hackers estabelecendo relações com esses grupos _temos contato com mais de 6.000 deles. Assim, quando um hacker entra num sistema, descobrimos, por meio de vigilantes de hackers, o que ocorreu.

Folha - Por que o Brasil se tornou uma potência de hackers?
Matai - O Brasil é um país avançado no que diz respeito a especialistas em software. Muitas multinacionais dos EUA e da Europa usam as habilidades de programadores brasileiros. Vocês tem uma infra-estrutura industrial e de telecomunicações avançada. O cibercrime se origina do Brasil porque é um país industrializado. É um tipo de crime do século 21.

Folha - Os grupos brasileiros citados no relatório estão ligados ao mesmo tipo de crime, ou cada um se especializa numa modalidade?
Matai - Alguns deles são motivados por protesto político. Durante a recente eleição presidencial brasileira, alguns hackers estavam muito ativos. Uns eram a favor de Lula, outros contra ele. Isso foi percebido em ataques nos EUA e na Europa, em que os invasores deixavam mensagens em português contra ou a favor de Lula.

Há também muitas organizações criminosas no Brasil, envolvidas com o narcotráfico e lavagem de dinheiro. Eles podem estar usando os acessos de banda larga nos EUA e na Europa para conseguir números de cartões de crédito para fazer fraudes.

Folha - O sr. disse acreditar que o G-8 (grupo dos sete países mais ricos do mundo e a Rússia) deva fazer pressão sobre o Brasil para frear os hackers. Que tipo de pressão costuma ser feita nesses casos?
Matai - O USA Patriot Act, que entrou em vigor após 11 de setembro, iguala as ações dos hackers a atos terroristas. No Reino Unido, o UK Terrorism Act faz o mesmo. Os grandes países que são alvos de ataques dos hackers do Brasil fazem parte do G-8.

Os principais países do mundo terão de dialogar com as autoridades brasileiras para que aprovem leis que dificultem as atividades de hackers e que prendam alguns deles para servir de exemplo e mostrar que esse tipo de atividade não pode acontecer.

Há um problema maior: muitos grupos pró-extremismo islâmico estão invadindo computadores ocidentais em razão da guerra ao terror. Há grande preocupação nos EUA e na Europa sobre o impacto dos hackers como um mecanismo usado por radicais islâmicos seguidores dos autores dos ataques de 11 de setembro.

Seria importante controlar as atividades de hackers no Brasil, para evitar que esses elementos muito capacitados sejam contratados por radicais islâmicos.

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