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28/10/2002 - 10h46

Cartão virtual "rouba" endereços do Outlook para enviar spam

da Folha Online

A partir de agora, se você receber um cartão postal digital, deve pensar duas vezes antes de abrí-lo. É que um novo tipo de e-card, que exige a instalação de um software de uma empresa chamada Cytron --segundo especialistas, usado para a "geração de spam"--, está se disseminando pela internet.

Abrir o cartão postal traz consequências sérias, de acordo com algumas empresas de software antivírus. Uma cópia do e-mail contendo o cartão é enviada para toda a lista de endereços do Outlook, ação semelhante à de vírus como o "Melissa" e o "I love you". Mas o incidente tem um outro problema: é uma tática dos spammers para conseguir endereços de internautas.

Se você tenta visualizar o cartão, está prestes a incomodar amigos, familiares e colegas de trabalho com e-mails que os direcionarão a sites pornográficos. Eles passarão a receber pop-ups para sites pornôs.

O cartão Cytron chega com uma musiquinha aparentemente inofensiva e Assunto personalizado: "'Fulano', você recebeu um cartão de 'Beltrano'". A mensagem traz um texto também personalizado, dizendo: "'Fulano', enviei-lhe um cartão postal, por favor abra-o." Então há um link para o endereço Friendgreetings.com, que realmente soa como um site normal de cartões eletrônicos.

Mas ao clicar sobre esse link e aceitar instalar o Cytron, seu computador será "sequestrado" e usado para enviar e-mails com cartões semelhantes para todas as pessoas cadastradas na sua lista de endereços do Outlook. Depois, suas caixas postais serão inundadas por pop-ups sugerindo a visita a sites pornôs.

Já faz semanas que o cartão Cytron está fazendo vítimas na internet, mas na quinta-feira (24), as empresas de antivírus começaram a receber queixas sobre esse e-mail. "Recebemos centenas de reclamações nos últimos dois dias", disse Chris Wraight, consultor de tecnologia da Sophos. A Trend Micro detectou 90 infecções até então.

Vírus ou não?
As empresas de antivírus não sabem exatamente que tratamento dar ao programa. Os usuários que tentam visualizar o cartão são avisados de que têm que instalar um novo software e são avisados --em letras minúsculas-- que o software terá acesso à lista de endereços de seu Outlook. O resultado é que algumas empresas decidiram não tratar o problema como um vírus.

A Sophos, por exemplo, emitiu um alerta sobre o software, mas decidiu não desabilitar o programa com um software antivírus. Por outro lado, David Perry, da Trend Micro, acredita que o Cytron se trata de um cavalo de Tróia e sua empresa decidiu tratá-lo como tal.

"Estamos recebendo reclamações tanto de empresas quanto de usuários finais que querem sumir com o software de suas redes", disse Perry. "Ele basicamente não diz o que vai fazer. Muda sua máquina e leva as pessoas a sites para o qual não têm permissão para visitar."

Richard Oliver, presidente da Cytron, admitiu sua tática para a SecurityFocus.com, e disse que acredita que ela possa ser justificada.

"Posso nomear cerca de 100 diferentes empresas que estão fazendo muito pior do que eu", disse Oliver. "Vocês nunca ouviram sobre o Kazaa, o Morpheu, sobre essas empresas de compartilhamento de arquivos que instalam uma série de softwares em seu computador?...Bem, agora ouviram sobre nós também."

Em abril deste ano, o popular serviço de troca on-line de músicas gerou controvérsia ao revelar que milhões de usuários foram induzidos a instalar uma segunda parte de seu software, FastTrack, cujo objetivo era criar uma rede P2P (peer-to-peer) secundária, por meio da qual a empresa cobraria pelos arquivos.
 

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