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04/12/2002
-
07h15
da Folha de S. Paulo
Doces Bárbaros foi o nome que Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia adotaram ao se reunirem em turnê nacional que se transformou no álbum duplo homônimo de 1976.
O tom era de revisitação à tropicália, oficialmente encerrada em 68 com o exílio de Caetano e Gil, e de absorção da estética hippie a que Gal, especialmente, havia se entregado na ausência dos parceiros. Hippies, festivas e metafóricas, as canções evitavam qualquer menção política, contrariando nesse ponto o espírito tropicalista de nove anos antes.
Os discos ao vivo ainda eram raros na época, e o registro sonoro deficiente era compensado por farto material inédito. Havia releituras como a do clássico antigo "Atiraste uma Pedra" e uma maioria de canções compostas especialmente por Caetano e Gil, sozinhos ou em dupla.
Caso raro, Bethânia e Gal apareciam como autoras -uma dividindo "Pássaro Proibido" com o irmão e a outra homenageando Rita Lee em "Quando", composta com Caetano e Gil. A lista de canções que devem ser relidas trazia "Chuck Berry Fields Forever", "Esotérico", "Um Índio" e o hino hippie/tropicalista de (re)tomada de poder "Os Mais Doces Bárbaros".
A excursão original do quarteto teve uma interrupção imprevista, em Florianópolis: os quatro artistas foram revistados no hotel por suspeita de consumo de drogas; Gil foi preso, julgado e condenado por porte de maconha.
Os quatro se contradizem quanto a lembrarem do episódio durante os reencontros. "A gente fica lembrando...", divaga Gal. "Que horror, ninguém fica lembrando, não. Aquilo foi horrível", protesta Bethânia, ao mesmo tempo em que Gil desmente: "Nos lembramos, sim, conversamos sobre aquilo".
Caetano, que estava viajando, dá o veredicto: "Bethânia não estava presente quando conversamos sobre isso". E encerra, em tom de blague: "Mas pode ter certeza de que esse episódio não vai acontecer de novo".
Canções dos Doces Bárbaros trocam política por festa e hippismo
PEDRO ALEXANDRE SANCHESda Folha de S. Paulo
Doces Bárbaros foi o nome que Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Maria Bethânia adotaram ao se reunirem em turnê nacional que se transformou no álbum duplo homônimo de 1976.
O tom era de revisitação à tropicália, oficialmente encerrada em 68 com o exílio de Caetano e Gil, e de absorção da estética hippie a que Gal, especialmente, havia se entregado na ausência dos parceiros. Hippies, festivas e metafóricas, as canções evitavam qualquer menção política, contrariando nesse ponto o espírito tropicalista de nove anos antes.
Os discos ao vivo ainda eram raros na época, e o registro sonoro deficiente era compensado por farto material inédito. Havia releituras como a do clássico antigo "Atiraste uma Pedra" e uma maioria de canções compostas especialmente por Caetano e Gil, sozinhos ou em dupla.
Caso raro, Bethânia e Gal apareciam como autoras -uma dividindo "Pássaro Proibido" com o irmão e a outra homenageando Rita Lee em "Quando", composta com Caetano e Gil. A lista de canções que devem ser relidas trazia "Chuck Berry Fields Forever", "Esotérico", "Um Índio" e o hino hippie/tropicalista de (re)tomada de poder "Os Mais Doces Bárbaros".
A excursão original do quarteto teve uma interrupção imprevista, em Florianópolis: os quatro artistas foram revistados no hotel por suspeita de consumo de drogas; Gil foi preso, julgado e condenado por porte de maconha.
Os quatro se contradizem quanto a lembrarem do episódio durante os reencontros. "A gente fica lembrando...", divaga Gal. "Que horror, ninguém fica lembrando, não. Aquilo foi horrível", protesta Bethânia, ao mesmo tempo em que Gil desmente: "Nos lembramos, sim, conversamos sobre aquilo".
Caetano, que estava viajando, dá o veredicto: "Bethânia não estava presente quando conversamos sobre isso". E encerra, em tom de blague: "Mas pode ter certeza de que esse episódio não vai acontecer de novo".
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