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25/10/2002 - 05h13

Mudhoney retorna à gravadora Sub Pop em novo disco

BRUNO YUTAKA SAITO
da Folha de S.Paulo

O grunge não morreu? Para responder à pergunta, o Mudhoney, grupo de Seattle (EUA) que é apontado por críticos como o verdadeiro "pai" do estilo que surgiu no começo dos anos 90, dá sua versão da história. Após três anos sem gravar, a banda lança "Since We've Become Translucent", sexto CD de inéditas, que marca o retorno ao seu selo de origem, Sub Pop. No Brasil, o CD sai pela Trama, em data não definida.

Dez anos fizeram um "estrago" considerável na cena que é considerada o último grande divisor de águas do rock'n'roll. Só para citar o destino de algumas das bandas mais famosas do período: Nirvana e Alice in Chains viram seus vocalistas mortos em situações misteriosas enquanto o Soundgarden encerrou as atividades.

O Mudhoney, autor de "Touch me I'm Sick" -que até hoje disputa o título de marco zero do grunge com "Smells like Teen Spirit", do Nirvana-, sofreu uma série de revezes nos últimos anos, que prenunciavam uma dissolução. Quase simultaneamente, o grupo era abandonado por um de seus fundadores [o baixista Matt Lukin], tinha integrantes dando mais atenção à banda paralela Moneywrench e era dispensado pela "major" Warner/Reprise.

Agora, prestes a completar 15 anos de existência, a banda liderada por Mark Arm, 40, faz as pazes com o passado e com suas origens. De volta à Sub Pop, o Mudhoney vê-se livre da pressão de criar hits, injeta novidades sutis em sua sonoridade e ganha novo integrante, o baixista Guy Maddison [da banda Bloodloss". E, de quebra, retorna em momento que as paradas de sucesso americanas estão repletas de cópias baratas do grunge, como o Creed.

Com ironia peculiar, marca característica do Mudhoney, Arm explica à Folha como foi o retorno ao selo Sub Pop, berço do grunge e que lançou algumas das principais bandas do estilo. "Se fizermos analogias bíblicas, não se trata do "retorno do filho pródigo". Está mais para "filhas que embebedam o pai e transam com ele para manter a linhagem da família"", diz. "Trabalhamos com a Sub Pop na coletânea "March to Fuzz" (2000). Correu tudo muito bem e não procuramos um selo novo ao gravar o novo trabalho."

"Since We've Become Translucent" (Desde que nos Tornamos Translúcidos) traz elementos que, de início, podem causar estranhamento nos fãs. Em meio às camadas de distorções de guitarras -inspiradas em bandas pré-punks como Stooges e MC5-, surgem sons de cornetas e até violinos em algumas músicas. "O conceito deste álbum e dos anteriores é "vamos tocar até cairmos num êxtase de risadas". As cornetas e o violino me pareceram boas idéias, apenas isso. Não é busca por aperfeiçoamento", explica.

Arm também não leva muito a sério a reverência com que as bandas do grunge são tratadas atualmente. "Não analiso o começo dos anos 90 até que alguém me pergunte, não tenho pensamentos muito profundos sobre isso. A imprensa mundial, na época, me tornou recluso e paranóico. Você imagina o que é trancar as portas do banheiro para não encontrar um paparazzi no armário?"
 

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