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16/05/2002
-
10h21
da Folha de S.Paulo
No século 2º, um astrônomo grego chamado Ptolomeu escreveu um livro intitulado Almagesto, que em árabe significa "o maior de todos". Nessa obra, ele confirma o modelo de Aristóteles, no qual a Terra é estática e está no centro do universo -a teoria geocêntrica.
Para rebater a idéia de "loucos" que propunham a rotação da Terra, Ptolomeu afirmou: "Se a Terra possuísse movimento de rotação diário para realizar o seu circuito, sua velocidade deveria ser muito grande e, por isso, os objetos sobre ela deveriam ser arremessados, a menos que fossem mantidos em ligação com o planeta por uma força muito grande".
Foram necessários gigantes como Copérnico, Kepler e Galileu para que a visão geocêntrica/antropocêntrica do mundo caísse completamente. Com a formulação de leis que descreviam a trajetória elíptica dos planetas ao redor do Sol e que harmonizavam os períodos de revolução desses planetas com suas distâncias do Sol, derrubou-se o misticismo e fez-se a razão.
Faltava ainda o aparecimento de uma "força" que justificasse a cinemática de Galileu e o movimento planetário de Kepler. Surge, então, Isaac Newton, que, em 1687, formulou a lei da gravitação, propondo a existência de uma força de atração entre dois corpos quaisquer do universo.
O Sol mantém os planetas e cometas ao seu redor, e a Terra atrai a Lua, satélites, maçãs e homens com "uma força cuja intensidade é proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas". A expressão que traduz essa lei é "F=G.M.m/d2", em que G representa a constante de gravitação universal.
A descoberta de uma lei tão profunda e harmoniosa fez Newton imaginar o universo como um belo e grandioso relógio, cujas peças da engrenagem seriam os planetas, as estrelas e o universo todo. Como era muito religioso, acreditava na intervenção de um criador divino dando ordem e perfeição e, quando necessário, corrigindo eventuais alterações nas trajetórias dos planetas devido às mútuas forças de atração. Seus adversários ironizavam esse deus newtoniano, que era obrigado a regular vez por outra o mecanismo que ele próprio havia criado como um relojoeiro!
Muitos perceberam a grandiosidade da obra de Newton, como Alexander Pope, escritor inglês, que escreveu: "A natureza e as leis da natureza ocultavam-se nas trevas. Deus disse: "Que Newton se faça" e fez-se a luz".
Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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História: Entenda a transição do feudalismo para o capitalismo
Atualidades: A política unilateral de George W. Bush contra o Brasil
Geografia: A variação de temperatura em latitude diferentes
Português: Posição da palavra pode alterar sentido da frase
Física: Saiba mais sobre "O maravilhoso relógio de Newton"
TARSO PAULO RODRIGUESda Folha de S.Paulo
No século 2º, um astrônomo grego chamado Ptolomeu escreveu um livro intitulado Almagesto, que em árabe significa "o maior de todos". Nessa obra, ele confirma o modelo de Aristóteles, no qual a Terra é estática e está no centro do universo -a teoria geocêntrica.
Para rebater a idéia de "loucos" que propunham a rotação da Terra, Ptolomeu afirmou: "Se a Terra possuísse movimento de rotação diário para realizar o seu circuito, sua velocidade deveria ser muito grande e, por isso, os objetos sobre ela deveriam ser arremessados, a menos que fossem mantidos em ligação com o planeta por uma força muito grande".
Foram necessários gigantes como Copérnico, Kepler e Galileu para que a visão geocêntrica/antropocêntrica do mundo caísse completamente. Com a formulação de leis que descreviam a trajetória elíptica dos planetas ao redor do Sol e que harmonizavam os períodos de revolução desses planetas com suas distâncias do Sol, derrubou-se o misticismo e fez-se a razão.
Faltava ainda o aparecimento de uma "força" que justificasse a cinemática de Galileu e o movimento planetário de Kepler. Surge, então, Isaac Newton, que, em 1687, formulou a lei da gravitação, propondo a existência de uma força de atração entre dois corpos quaisquer do universo.
O Sol mantém os planetas e cometas ao seu redor, e a Terra atrai a Lua, satélites, maçãs e homens com "uma força cuja intensidade é proporcional ao produto de suas massas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas". A expressão que traduz essa lei é "F=G.M.m/d2", em que G representa a constante de gravitação universal.
A descoberta de uma lei tão profunda e harmoniosa fez Newton imaginar o universo como um belo e grandioso relógio, cujas peças da engrenagem seriam os planetas, as estrelas e o universo todo. Como era muito religioso, acreditava na intervenção de um criador divino dando ordem e perfeição e, quando necessário, corrigindo eventuais alterações nas trajetórias dos planetas devido às mútuas forças de atração. Seus adversários ironizavam esse deus newtoniano, que era obrigado a regular vez por outra o mecanismo que ele próprio havia criado como um relojoeiro!
Muitos perceberam a grandiosidade da obra de Newton, como Alexander Pope, escritor inglês, que escreveu: "A natureza e as leis da natureza ocultavam-se nas trevas. Deus disse: "Que Newton se faça" e fez-se a luz".
Tarso Paulo Rodrigues é professor e coordenador de física do Colégio Augusto Laranja
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