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25/10/2001
-
10h42
especial para a Folha de S.Paulo
Durante o governo de Prudente de Morais (1894-1898), ocorreu uma das maiores chacinas da história brasileira. O episódio se passou em uma fazenda abandonada no sertão baiano, às margens do rio Vaza-Barris, onde, em 1893, o beato Antonio Mendes Maciel, conhecido como Antonio Conselheiro, criou o arraial de Canudos.
Rapidamente, de 20 mil a 30 mil sertanejos foram atraídos pelo uso comunitário da terra e pela promessa do paraíso. Segundo Conselheiro, "do Vaza-Barris deveria jorrar o leite e o mel".
A prática e a profecia preocuparam os latifundiários da região, que consideraram iminente a invasão de terras férteis.
Os problemas cresceram com a divulgação das tendências monarquistas de Antonio Conselheiro, para quem a República representava a luta do poder humano contra o poder divino; o beato considerava o casamento civil um desagregador de costumes, uma intromissão em uma questão de competência da igreja. "Para obter a verdadeira felicidade, é necessário que se faça a Sua divina vontade, combatendo o demônio que quer acabar com a fé da igreja."
No início do período republicano, militares jacobinos, assim denominados em alusão aos defensores radicais da República durante a Revolução Francesa (1789), foram alertados pelas autoridades baianas e prontificaram-se a combater o núcleo monarquista.
Uma expedição comandada pelo coronel Moreira César, que desconhecia o terreno, foi desbaratada pelas emboscadas dos sertanejos, os quais se fortaleceram com os equipamentos conquistados.
Para vingá-los, foi enviada uma força com 8.000 homens, comandada pelo general Artur Oscar. Todos os homens de Canudos foram liquidados. Sobraram os velhos, as mulheres e as crianças. E Conselheiro acreditava que dom Sebastião, rei de Portugal, morto pelos árabes em 1578, reapareceria para efetuar as mudanças.
Os jornais da época noticiaram o fato como uma luta da civilização contra a barbárie. Resta saber quem representou os papéis.
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João Bonturi é professor de história do Colégio Singular, do Curso Singular-Anglo e colunista da Folha Online
Fovest - 25.out.2001
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JOÃO BONTURIespecial para a Folha de S.Paulo
Durante o governo de Prudente de Morais (1894-1898), ocorreu uma das maiores chacinas da história brasileira. O episódio se passou em uma fazenda abandonada no sertão baiano, às margens do rio Vaza-Barris, onde, em 1893, o beato Antonio Mendes Maciel, conhecido como Antonio Conselheiro, criou o arraial de Canudos.
Rapidamente, de 20 mil a 30 mil sertanejos foram atraídos pelo uso comunitário da terra e pela promessa do paraíso. Segundo Conselheiro, "do Vaza-Barris deveria jorrar o leite e o mel".
A prática e a profecia preocuparam os latifundiários da região, que consideraram iminente a invasão de terras férteis.
Os problemas cresceram com a divulgação das tendências monarquistas de Antonio Conselheiro, para quem a República representava a luta do poder humano contra o poder divino; o beato considerava o casamento civil um desagregador de costumes, uma intromissão em uma questão de competência da igreja. "Para obter a verdadeira felicidade, é necessário que se faça a Sua divina vontade, combatendo o demônio que quer acabar com a fé da igreja."
No início do período republicano, militares jacobinos, assim denominados em alusão aos defensores radicais da República durante a Revolução Francesa (1789), foram alertados pelas autoridades baianas e prontificaram-se a combater o núcleo monarquista.
Uma expedição comandada pelo coronel Moreira César, que desconhecia o terreno, foi desbaratada pelas emboscadas dos sertanejos, os quais se fortaleceram com os equipamentos conquistados.
Para vingá-los, foi enviada uma força com 8.000 homens, comandada pelo general Artur Oscar. Todos os homens de Canudos foram liquidados. Sobraram os velhos, as mulheres e as crianças. E Conselheiro acreditava que dom Sebastião, rei de Portugal, morto pelos árabes em 1578, reapareceria para efetuar as mudanças.
Os jornais da época noticiaram o fato como uma luta da civilização contra a barbárie. Resta saber quem representou os papéis.
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João Bonturi é professor de história do Colégio Singular, do Curso Singular-Anglo e colunista da Folha Online
Fovest - 25.out.2001
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