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23/01/2001
-
12h27
especial para a Folha de S.Paulo
Uma das habilidades mais importantes a desenvolver hoje em dia é a de pesquisar. Fala-se muito no excesso de informações existente (o que é um fato!), de modo que saber "pinçar" as mais pertinentes e no menor espaço de tempo é mesmo uma habilidade valiosa. Basta "dar um search" (em internetês) pouco restritivo na "rede", e o resultado atinge as centenas de milhares de páginas ligadas ao assunto (incorretamente) pesquisado.
Entretanto, nas poucas oportunidades em que tenho tempo extra para esse tipo de pesquisa, gosto de fazê-la de modo abrangente mesmo, pois podem surgir resultados exoticamente interessantes. Recentemente, fiz a loucura de fornecer apenas DNA como palavra-chave. Foram "zilhões" de resultados, dos quais verifiquei poucas centenas. E alguns deles foram incríveis, como as dezenas de empresas (laboratórios?) que anunciam a realização de testes de paternidade à distância.
As técnicas bioquímicas para a realização desses testes são mesmo de domínio simples, de modo que era esperada sua popularização. O que mais me chamou a atenção foi a forte propaganda da "não-necessidade de consentimento por parte da mãe", isto é, basta o pai desconfiado enviar quatro ou cinco fios de cabelo seus e mais quatro ou cinco da criança (arrancados sem consentimento!) para um resultado com 99,9% de certeza, segundo a propaganda.
Engana-se quem acha que a análise é feita sobre o fio, pois esta depende da presença de um núcleo celular, encontrado no folículo piloso (aquela "bolinha" branca na base do fio arrancado).
Pois é, foi-se o tempo dos exames de sangue nos quais se cruzavam informações de diversos sistemas/fatores (ABO, Rh, MN), em amostras dos avós, pais e crianças envolvidas, seguidos de um elegante heredograma apresentado ao juiz e sempre com uma razoável incerteza embutida nos resultados. Permanece, entretanto, o prazer de saber se você é IAi ou talvez IBIB.
Antonio Carlos Osse, biólogo, é professor de ensino médio no colégio Pueri Domus
Resumão/biologia - Sangue, Internet e paternidade
ANTONIO CARLOS OSSEespecial para a Folha de S.Paulo
Uma das habilidades mais importantes a desenvolver hoje em dia é a de pesquisar. Fala-se muito no excesso de informações existente (o que é um fato!), de modo que saber "pinçar" as mais pertinentes e no menor espaço de tempo é mesmo uma habilidade valiosa. Basta "dar um search" (em internetês) pouco restritivo na "rede", e o resultado atinge as centenas de milhares de páginas ligadas ao assunto (incorretamente) pesquisado.
Entretanto, nas poucas oportunidades em que tenho tempo extra para esse tipo de pesquisa, gosto de fazê-la de modo abrangente mesmo, pois podem surgir resultados exoticamente interessantes. Recentemente, fiz a loucura de fornecer apenas DNA como palavra-chave. Foram "zilhões" de resultados, dos quais verifiquei poucas centenas. E alguns deles foram incríveis, como as dezenas de empresas (laboratórios?) que anunciam a realização de testes de paternidade à distância.
As técnicas bioquímicas para a realização desses testes são mesmo de domínio simples, de modo que era esperada sua popularização. O que mais me chamou a atenção foi a forte propaganda da "não-necessidade de consentimento por parte da mãe", isto é, basta o pai desconfiado enviar quatro ou cinco fios de cabelo seus e mais quatro ou cinco da criança (arrancados sem consentimento!) para um resultado com 99,9% de certeza, segundo a propaganda.
Engana-se quem acha que a análise é feita sobre o fio, pois esta depende da presença de um núcleo celular, encontrado no folículo piloso (aquela "bolinha" branca na base do fio arrancado).
Pois é, foi-se o tempo dos exames de sangue nos quais se cruzavam informações de diversos sistemas/fatores (ABO, Rh, MN), em amostras dos avós, pais e crianças envolvidas, seguidos de um elegante heredograma apresentado ao juiz e sempre com uma razoável incerteza embutida nos resultados. Permanece, entretanto, o prazer de saber se você é IAi ou talvez IBIB.
Antonio Carlos Osse, biólogo, é professor de ensino médio no colégio Pueri Domus
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