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01/03/2002
-
09h52
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre (RS)
O racionamento de energia, aliado a uma mudança no perfil econômico de alguns Estados, mudou o balanço de geração de empregos industrias no Brasil em 2001. O Sul, região poupada do corte no consumo energético, suplantou o Sudeste em número de vagas abertas.
A região foi responsável, de janeiro a dezembro de 2001, por 58,49% da geração de vagas na indústria de transformação em todo o Brasil, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Somente o Paraná gerou 22.677 empregos (21,84% de todo o país). O Rio Grande do Sul teve 20.223 (19,55%) novas vagas. Santa Catarina, 17.827 (17,17%). Em todo o Brasil, foram geradas 103.822 novas vagas na indústria.
No mesmo período, o Sudeste gerou apenas 19.489 vagas, e São Paulo, 12.141.
Em 2000, também de janeiro a dezembro, São Paulo havia gerado 69.198 vagas das 94.791 do Sudeste, em um total de 192.863 no Brasil. O Sul, naquele ano, gerou apenas 52.492 (menos do que São Paulo sozinho), sendo 30.536 gaúchas e só 8.466 paranaenses.
No Cadastro Geral de Empregados e Desempregados constam as aberturas e fechamentos de vagas em todo o país e em cada Estado e região. O saldo desses dados resulta no número líquido de 103.822 vagas geradas.
"O racionamento nos outros Estados contribuiu, somando-se aos níveis de exportação, aos investimentos e à safra", diz o economista Ricardo Nogueira, da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul).
Somente em janeiro de 2001, São Paulo havia gerado 11.956 vagas, quase o mesmo índice de todo o ano.
A economista Shyrlene Ramos, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), disse que os números do Ministério do Trabalho são compatíveis com os seus, mostrando fechamento de vagas no segundo semestre. "O racionamento e a crise argentina fizeram as empresas puxarem o freio. Em janeiro, há a perspectiva do fim do racionamento e um certo otimismo."
Segundo técnicos do Ministério do Trabalho ouvidos pela reportagem, além do racionamento houve uma mudança real de concentração industrial.
O crescimento das vendas industrias, na ordem de 24,25% em relação ao ano anterior, foi o fator que mais puxou a performance paranaense no número de empregos, em 2001. A avaliação é do presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), José Carlos Gomes Carvalho. Ele aponta a mudança de perfil da economia do Paraná como origem desse crescimento.
Para Carvalho, que é vice-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e lidera o Conselho de Infra-Estrutura da entidade, o Sul não ganhou posições tanto em razão do racionamento imposto a outras regiões. "Sabemos que a economia maior das regiões atingidas se concentrou nas residências."
"A descentralização industrial é que fortaleceu outras áreas que não São Paulo", diz o presidente da Fiep.
Leia mais no especial sobre Crise Energética
Corte de energia transfere para o Sul a abertura de vagas de trabalho
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da Agência Folha, em Porto Alegre (RS)
O racionamento de energia, aliado a uma mudança no perfil econômico de alguns Estados, mudou o balanço de geração de empregos industrias no Brasil em 2001. O Sul, região poupada do corte no consumo energético, suplantou o Sudeste em número de vagas abertas.
A região foi responsável, de janeiro a dezembro de 2001, por 58,49% da geração de vagas na indústria de transformação em todo o Brasil, segundo dados do Ministério do Trabalho.
Somente o Paraná gerou 22.677 empregos (21,84% de todo o país). O Rio Grande do Sul teve 20.223 (19,55%) novas vagas. Santa Catarina, 17.827 (17,17%). Em todo o Brasil, foram geradas 103.822 novas vagas na indústria.
No mesmo período, o Sudeste gerou apenas 19.489 vagas, e São Paulo, 12.141.
Em 2000, também de janeiro a dezembro, São Paulo havia gerado 69.198 vagas das 94.791 do Sudeste, em um total de 192.863 no Brasil. O Sul, naquele ano, gerou apenas 52.492 (menos do que São Paulo sozinho), sendo 30.536 gaúchas e só 8.466 paranaenses.
No Cadastro Geral de Empregados e Desempregados constam as aberturas e fechamentos de vagas em todo o país e em cada Estado e região. O saldo desses dados resulta no número líquido de 103.822 vagas geradas.
"O racionamento nos outros Estados contribuiu, somando-se aos níveis de exportação, aos investimentos e à safra", diz o economista Ricardo Nogueira, da Fiergs (Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul).
Somente em janeiro de 2001, São Paulo havia gerado 11.956 vagas, quase o mesmo índice de todo o ano.
A economista Shyrlene Ramos, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), disse que os números do Ministério do Trabalho são compatíveis com os seus, mostrando fechamento de vagas no segundo semestre. "O racionamento e a crise argentina fizeram as empresas puxarem o freio. Em janeiro, há a perspectiva do fim do racionamento e um certo otimismo."
Segundo técnicos do Ministério do Trabalho ouvidos pela reportagem, além do racionamento houve uma mudança real de concentração industrial.
O crescimento das vendas industrias, na ordem de 24,25% em relação ao ano anterior, foi o fator que mais puxou a performance paranaense no número de empregos, em 2001. A avaliação é do presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Paraná), José Carlos Gomes Carvalho. Ele aponta a mudança de perfil da economia do Paraná como origem desse crescimento.
Para Carvalho, que é vice-presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) e lidera o Conselho de Infra-Estrutura da entidade, o Sul não ganhou posições tanto em razão do racionamento imposto a outras regiões. "Sabemos que a economia maior das regiões atingidas se concentrou nas residências."
"A descentralização industrial é que fortaleceu outras áreas que não São Paulo", diz o presidente da Fiep.
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