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12/09/2002 - 08h56

Beira-Mar quer unificar facções criminosas, diz secretário

da Folha de S.Paulo, no Rio

O secretário de Segurança, Roberto Aguiar, anunciou ontem à noite que o diretor de Bangu 1, Ricardo Couto, e mais 13 agentes foram afastados por suspeita de conivência com os presos.

Aguiar anunciou que os líderes da rebelião serão transferidos para o quartel do Batalhão de Choque da PM, no centro do Rio.

Procurado pela Folha, Couto não foi localizado para comentar seu afastamento.

A governadora Benedita da Silva (PT) disse à noite que pediu ao presidente Fernando Henrique Cardoso, em telefonema, a transferência dos líderes da rebelião para quartéis do Exército e da Marinha em outros Estados.

Ela disse que repudia o uso do episódio da rebelião para fins políticos e eleitorais, embora não tenha feito acusações.

O secretário falou que o 'sistema penitenciário está falido' e 'não recupera ninguém'. 'Os presos se tornam pós-graduados em criminalidade.'

Unificação

Aguiar disse que Beira-Mar, ao atacar os inimigos, pretende unificar todas as facções. Matou os que não aceitavam a proposta, como Uê. A unificação, que, segundo ele, teria âmbito nacional, já está ocorrendo em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Bahia.

A.Campbell/Folha Imagem

Fernandinho Beira-Mar, em depoimento no TJ do Rio
Diante da exigência de Beira-Mar, o secretário o comparou a Luiz 14 (rei da França de 1643 a 1715). 'Ele está achando que é um reizinho?', perguntou.

Desde o início da tarde, o Bope (Batalhão de Operações Especiais) vinha dando o prazo de uma hora para que a rebelião terminasse, ou o presídio seria invadido -o que não havia acontecido até as 24h.

A Secretaria de Segurança informou que 12 presos que não se envolveram no conflito foram liberados por Fernandinho Beira-Mar para sair de Bangu 1. Eles foram transferidos para Bangu 2.

Do lado de fora do complexo penitenciário de Bangu, havia pouca informação. Os parentes rezavam e choravam. Foi liberada a visita nos outros presídios, mas, mesmo assim, a todo momento circulavam boatos sobre novas rebeliões. Cerca de 1.500 PMs vigiavam o complexo penitenciário.

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Marcus Faver, defendeu a participação das Forças Armadas no combate à criminalidade no Rio. 'A própria Constituição do Brasil prevê essa ajuda quando a instituição segurança pública está em risco', afirmou.

O Ministério Público Estadual divulgou nota informando ter tido conhecimento de que a direção do Desipe fora informada de que duas facções criminosas planejavam um 'resgate de presos' e que 'haveria derramamento de sangue'. Na nota, a Promotoria exige a imediata transferência de Beira-Mar para outro Estado, onde possa ficar num presídio com 'efetiva segurança máxima'.

O Ministério Público conduziu a investigação que estourou a central telefônica clandestina em Bangu 1, revelando que Beira-Mar encomendara um míssil.

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