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28/11/2002
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13h08
Cientistas do Comitê de Energia Atômica (CEA) de Grenoble, França, criaram ratos com características de esquizofrenia. Eles são submetidos a testes em dois laboratórios internacionais na esperança de se encontrar remédios para combater a doença, que atinge cerca de 2% da população mundial.
A criação começou em 1996, quando a cientista Annie Andrieux questionou o que aconteceria se o organismo de um rato se visse privado da proteína Stop (sigla para "Stable only polypeptide"). "Achávamos que morreriam, mas sobreviveram e mostraram um comportamento estranho: hiperatividade, ansiedade, retraimento social, carência total de comportamento maternal", explicou.
Os trabalhos confirmam esta "disfunção". Quando um macho normal passa um mês sozinho em sua gaiola e outro macho criado em grupo é introduzido, o primeiro residente ataca o recém-chegado. Se o macho carece de proteína Stop, deixa em paz o novo rato e, inclusive, aceita ser dominado, detalhou Andrieux.
Os comportamentos estranhos dos ratos podem ser classificados como depressão, mas os antidepressivos não causam qualquer efeito, ao contrário dos neurolépticos (utilizados para tratar da esquizofrenia no homem). "Um tratamento longo melhora claramente o comportamento do rato, e a fêmea consegue ocupar-se de algumas crias que sobrevivem", acrescentou Andrieux.
Para Bernard Renaud, professor de farmacologia e diretor de uma unidade do Instituto de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm), o rato apresenta a vantagem de constituir um modelo de estudo estável, crônico. "A indústria farmacêutica precisava de um modelo animal para as doenças psicológicas", explicou.
As gigantes farmacêuticas Merck e Roche passaram um mês testando os ratos de Grenoble. A Merck usou seis casais de ratos durante nove meses e a Roche observou outros dez casais.
"Desenvolver um novo remédio custa € 600 milhões e não é provável que aconteça antes de dez anos", afirmou Andrieux. Na França, a esquizofrenia tem um custo social de € 30 bilhões anuais, segundo Andrieux.
Cientistas criam ratos esquizofrênicos para estudar doença
da France Presse, em Grenoble (França)Cientistas do Comitê de Energia Atômica (CEA) de Grenoble, França, criaram ratos com características de esquizofrenia. Eles são submetidos a testes em dois laboratórios internacionais na esperança de se encontrar remédios para combater a doença, que atinge cerca de 2% da população mundial.
A criação começou em 1996, quando a cientista Annie Andrieux questionou o que aconteceria se o organismo de um rato se visse privado da proteína Stop (sigla para "Stable only polypeptide"). "Achávamos que morreriam, mas sobreviveram e mostraram um comportamento estranho: hiperatividade, ansiedade, retraimento social, carência total de comportamento maternal", explicou.
Os trabalhos confirmam esta "disfunção". Quando um macho normal passa um mês sozinho em sua gaiola e outro macho criado em grupo é introduzido, o primeiro residente ataca o recém-chegado. Se o macho carece de proteína Stop, deixa em paz o novo rato e, inclusive, aceita ser dominado, detalhou Andrieux.
Os comportamentos estranhos dos ratos podem ser classificados como depressão, mas os antidepressivos não causam qualquer efeito, ao contrário dos neurolépticos (utilizados para tratar da esquizofrenia no homem). "Um tratamento longo melhora claramente o comportamento do rato, e a fêmea consegue ocupar-se de algumas crias que sobrevivem", acrescentou Andrieux.
Para Bernard Renaud, professor de farmacologia e diretor de uma unidade do Instituto de Saúde e Pesquisa Médica (Inserm), o rato apresenta a vantagem de constituir um modelo de estudo estável, crônico. "A indústria farmacêutica precisava de um modelo animal para as doenças psicológicas", explicou.
As gigantes farmacêuticas Merck e Roche passaram um mês testando os ratos de Grenoble. A Merck usou seis casais de ratos durante nove meses e a Roche observou outros dez casais.
"Desenvolver um novo remédio custa € 600 milhões e não é provável que aconteça antes de dez anos", afirmou Andrieux. Na França, a esquizofrenia tem um custo social de € 30 bilhões anuais, segundo Andrieux.
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