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A República da Fazenda está
prestes a fazer mais uma vítima


  • Alcides Tápias está por um fio
  • Malan se preserva, e Maciel briga
  • O erro está na origem

    ELIANE CANTANHÊDE
    articulista convidada

    Brasília - 21.nov.2000 - O ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, está cada vez mais convencido de que entrou numa fria.

    Explica-se: acostumado com os rápidos processos de decisão e de resultados da iniciativa privada, irrita-se com a lentidão e a burocracia do serviço público. E isso, creia, é o de menos.

    O que está sendo decisivo para azedar o humor do ministro é a consciência cada vez mais nítida de que o seu ministério é mais uma fantasia da "Ilha da Fantasia".

    Foi criado com a cor, forma e conteúdo que cabiam perfeitamente no manequim do economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, homem ligado ao PSDB e uma espécie de herdeiro de Sérgio Motta _ o ministro das Comunicações, morto em abril de 1998, que falava duro com a Fazenda e arredores.

    Ou seja: o Ministério do Desenvolvimento era para ser uma trincheira tucana contra os avanços crescentes e insaciáveis de Pedro Malan sobre a política econômica e, portanto, sobre os destinos do governo e do país.

    O segundo mandato de FHC deveria ser, assim, um duelo entre Malan e Mendonça de Barros, ou entre "financistas" e "desenvolvimentistas", como acabou apelidado sobretudo na imprensa.

    Bem, ministro e projeto foram atropelados pelas fitas do BNDES e, subitamente, FHC se viu com a ingrata missão de montar um ministério sem o ministro. A luva não cabia em outra mão.

    Veio Celso Lafer, durou ali uns seis meses. Veio Clóvis Carvalho, resistiu uns três. Veio, enfim, Tápias, que tenta bravamente sobreviver a uma dupla afinadíssima: Malan se faz de sonso, e o secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, põe as jubas e as garras de fora contra tudo que possa favorecer as exportações.

    Os ministros do Desenvolvimento, portanto, estão fadados a durar pouco de pé. Até porque não dá para se falar em desenvolvimento, crescimento econômico, incentivo à exportação e essa lengalenga de sempre sem dinheiro. Ou põe dinheiro, ou deixa de tomar (em forma de impostos, por exemplo), ou protege o mercado de algum jeito (com incentivos?)

    O resto é só para inglês e empresário aflito verem. Mas não convence. Como o Ministério do Desenvolvimento ainda não convenceu, e Alcides Tápias está ficando careca de perceber.

    Ele ganhou essa. Até quando?




    Eliane Cantanhêde é colunista e diretora da Sucursal de Brasília da Folha de S.Paulo.
    escreva para Eliane Cantanhêde: elianec@uol.com.br




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