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Originais do caixa dois complicam
situação do PFL e de Taniguchi


  • aparecem 28 novos originais da campanha de 2000
  • ainda é necessário uma perícia em todos os papéis
  • fac-símiles de todos os papéis disponíveis nesta página

    Fernando Rodrigues

    BRASÍLIA - 03.dez.2001 - Apareceram, finalmente, vários originais do que seria o caixa dois secreto da campanha de Cassio Taniguchi (PFL) a prefeito de Curitiba em 2000. São, ao todo, 28 originais. Saíram todos do mesmo lugar de onde vieram os únicos quatro papéis já dados como autênticos pelo Ministério Público paranaense. É uma bomba.

    Para quem não se lembra, o prefeito Cassio Taniguchi foi reeleito em Curitiba no ano passado. Declarou, por meio do PFL, que seus gastos foram de R$ 3,112 milhões. Na contabilidade paralela -que está sendo investigada pelo Ministério Público- aparece um valor muito maior: R$ 32,904 milhões. Se isso for comprovado mais adiante significará que houve sonegação de impressionantes R$ 29,792 milhões.

    Já existem indícios fortes sobre a veracidade de grande parte do material. Pessoas e representantes de empresas confirmaram vários aspectos do caixa dois ao jornal "Folha de S. Paulo". Para quem é assinante do UOL ou da "Folha", basta clicar aqui para ter acesso à primeira reportagem que deu origem a esse caso, publicada em 06.nov.2001. Para ler a entrevista de Francisco Paladino, tesoureiro da campanha de Cassio Taniguchi, clique aqui. Nessa entrevista, publicada em 07.nov.2001, Paladino confirma a veracidade do material.

    Na sua edição de hoje, 03.nov.2001, a Folha publica extenso material sobre o caso. Clique aqui, se for assinante do UOL ou da Folha, para ter acesso ao texto.

    Mas o que mais importa no momento são os originais divulgados na edição de 03.dez.2001 da "Folha". Abaixo, uma relação completa de todos esses documentos, tanto os que já foram periciados (e são comprovadamente autênticos) como os que ainda dependem de investigação mais apurada do Ministério Público. Para ter acesso aos fac-símiles, clique no nome dos documentos.

    Os documentos originais já periciados do caixa dois do PFL de Curitiba
    Descrição do documento
    clique no item para ter acesso ao fac-símile
    Mário Lopes Filho - Ipiranga Petróleo
    Mário Lopes Filho - Vox Populi
    Mário Lopes Filho - Loducca
    Obs.: estes documentos já foram periciados e são todos autênticos. O laudo foi divulgado em 23.nov.2001


    Os documentos originais do caixa dois do PFL de Curitiba
    (divulgados em 03.out.2001 pela Folha de S.Paulo)
    Descrição do documento (clique no item para ter acesso ao fac-símile) Valor (R$) O que está no TRE-PR (em R$)
    Adalberto- Tufi 26.000,00 nada
    Brasholanda - 2 recibos 58.317,24 nada
    Brasmarket 20.000,00 nada
    Contas a pagar - relação 728.156,65 -
    Depósito bancário para funcionário da Loducca 80.000,00 400.000,00
    Doremix 40.000,00 44.600,00
    Editora O Estado do Paraná 27.500,00 21.000,00
    Egon - 29.set.2000 67.900,00 nada
    Egon - 28.out.2000 38.000,00 nada
    Egon - 29.set.2000 5.350,00 nada
    Eraldo Kuster 3.016,52 nada
    Fernão Accioly 20.000,00 nada
    GM Editora Paranaense 22.020,00 2.900,00
    Gráfica Mikito 142.000,00 4.831,00
    Ivan Bonés - Ivan 50.000,00 12.000,00
    Ivan Bonés - Marilene 50.000,00 -
    Kastrubrás - Serilon 14.675,00 -
    Lanza Promoções 17.500,00 9.800,00
    Lanza Promoções 10.000,00 -
    Lanza Promoções 6.000,00 -
    Nosso Estúdio 100.000,00 132.833,34
    Papel A-4 com várias anotações financeiras indefinido -
    Papel A-4 com várias anotações financeiras indefinido -
    Ronaldo Toccafondi 14.000,00 -
    Tribuna do Norte 54.000,00 7.816,00
    Valdo Zaneti - Arauplast 54.000,00 nada
    Valdo Zaneti - Serilon 129.349,91 nada
    Total 1.777.785,32  
    Obs.: estes documentos ainda serão periciados pelo Ministério Público. Os promotores receberam o material em 30.nov.2001

    É improvável que o Ministério Público do Paraná consiga concluir essa investigação com muita rapidez. Há muito o que ser apurado. Mas a perícia desses documentos passou a ser peça-chave na investigação. Uma vez confirmada a veracidade desses papéis, ficará muito difícil a situação do PFL do Paraná e do prefeito Cassio Taniguchi.

    Ninguém deve ficar imaginando que o governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), ou o prefeito Taniguchi correm algum risco iminente. É improvável que Taniguchi seja punido politicamente com um processo de cassação, pois tem o controle quase total da Câmara de Vereadores de Curitiba. Se houver pressão popular, é claro, o quadro muda um pouco.

    Mas a imagem política de Taniguchi já está deteriorada. Ele desceu ao nível de outros políticos ligados a Lerner e que caíram em desgraça recentemente, sob a acusação de terem cometido irregularidades. O prefeito de Curitiba era o fio de esperança do PFL paranaense para a eleição do governo do Estado no ano que vem. Agora, será difícil executar essa estratégia.

    Já sobre o caixa dois, trata-se de uma investigação muito valiosa para que o país conheça, pela primeira vez, como são todas as formas de ilegalidades cometidas na prestação de contas de uma campanha.

    Esse tipo de irregularidade, é sabido, tem sido praticada por partidos de todas as colorações ideológicas. O que nunca havia sido possível era conhecer as operações em detalhe. Os papéis da contabilidade secreta do PFL curitibano oferecem essa possibilidade inédita.

    A investigação do Ministério Público poderá servir certamente de base para uma ampla discussão sobre como deve ser o financiamento de campanhas políticas no Brasil. Trata-se de tema relevantíssimo na democracia. É uma polêmica também em países desenvolvidos, que até hoje não descobriram uma forma de resolver o problema.

    Para o bem ou para o mal, os papéis da campanha de Taniguchi mostram algo terrível dos bastidores de uma campanha. Mas a investigação terá um efeito didático e poderá surtir efeitos positivos mais adiante.

    Sem contar que todos os eleitores paranaenses esperam, ávidos, que se houve ilegalidade todos os responsáveis sejam punidos.

    O Ministério Público do Estado do Paraná pede que seja divulgado o seu telefone para quem desejar prestar informações sobre o caso. Os interessados devem procurar Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Proteção ao Patrimônio Público - Área Criminal, no telefone (0) (XX) (41) 223-1752. Esse telefone também é fax. Pela internet, e-mails devem ser enviados para o seguinte endereço: caopppcr@pr.gov.br.





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