Rexona é o campeão da Superliga feminina
23h56 - 07/05/98
José Alan Dias
enviado especial a Jundiaí
O estreante Rexona pôs fim à hegemonia de três anos do Leites Néstle no vôlei feminino. A equipe curitibana derrotou o rival nesta quinta-feira por 3 sets a 2, com parciais de 8/15, 15/0, 13/15, 15/13 e 19/17, em duas horas e 48 minutos em Jundiaí, cidade a 60 km de São Paulo. O time fechou em 3 a 1 o playoff, melhor cinco jogos.
Desde a temporada 92/93, quando o título ficou com o Minas, que o título não ficava com uma equipe fora de São Paulo.
Pressionado pela obrigação de provocar o quinto jogo, o Leites Nestlé manteve a estratégia de apostar em seu saque, com as duas jogadores mais eficientes do torneio, a norte-americana Danielle Scott e Karin Rodrigues, da seleção brasileira.
A tática se mostrou eficiente no primeiro set, com um bloqueio bem posicionado e não desperdiçando contra-ataque, chegou a vitória parcial em 22 minutos.
A derrocada viria no set seguinte. Demonstrando melhoras no sistema defensivo e com a levantadora Fernanda Venturini sem dificuldade para articular jogadas, o Rexona marcou 15 a 0 em apenas 22 minutos.
O equilibrio presente nas primeiras partidas das finais seria visto no terceiro e quarto sets. No quarto set, vencendo por 11 a 6, o Rexona permitiu ao rival virar e levar o jogo para o tie-break.
Os erros foram a tônica do último set. O Rexona conseguiu aproveitar sua segunda vantagem no placar para fechar o jogo.
“Foi uma final de equilíbrio. No começo da Superliga, disseram que nossa equipe não tinha chance. Provamos nosso potencial”, disse Bernardinho, técnico do Rexona.
‘‘São duas equipes competitivas. O resultado poderia ser qualquer um’’, afirmou Sérgio Negrão, do Leites Nestlé, que reclamou de uma punição no terceiro set. Um cartão vermelho permitiu ao Rexona vencer a parcial.
Bernardinho conquistou o título de forma pouco usual. Nas últimas três partidas deixou na reserva as então titulares Ana Maria Volponi e a holandesa Erna Brickman.
Raquel, promovida a titular, foi destaque, com 20 pontos, contra 11 de Danielle Scott, do Leites. Revelação do torneio, a juvenil Érika, titular do Rexona, anotou nove pontos. Foi ela também o pivô da polêmica da liga. Por conta de um problema congênito, seu corpo produz mais testosterona do que o normal.