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Negociação de Fábio Júnior é a segunda maior do futebol brasileiro
17h22 - 11/01/99

Agência JB
Em Belo Horizonte

O Cruzeiro acertou hoje a venda do atacante Fábio Júnior para a Roma, da Itália, por US$ 15 milhões. É a segunda maior negociação de um jogador brasileiro para clubes do exterior da história. A maior foi a venda de Denílson, em 98. O Betis, da Espanha, pagou US$ 30 milhões ao São Paulo.

Comprado pela equipe mineira por R$ 300 mil, há um ano e meio, Fábio Júnior teve uma valorização de 5.000% neste período. No entanto, o jogador, de 21 anos, não parece assustado com tamanha mudança. "Meu objetivo sempre foi este, ter meu trabalho valorizado. Apesar de tudo ter acontecido um pouco rápido, minha cabeça está bem", garante Fábio.

Eleito a revelação do último Campeonato Brasileiro por quase todas as pesquisas realizadas no país, Fábio Júnior só despontou nacionalmente em junho do ano passado, ao fazer os três gols da vitória do Cruzeiro sobre o rival Atlético por 3 a 2, na primeira partida da decisão do Campeonato Mineiro.

Daí para frente só conquistas, cada vez maiores. Primeiro ganhou a posição de titular intocável no Cruzeiro, barrando jogadores experientes e consagrados como Marcelo Ramos e Müller. Depois confirmou sua condição de artilheiro e ajudou a equipe na campanha do segundo semestre, conquistando o vice-campeonato do Brasileirão e da Copa Mercosul.

Como coroação final de um ano tão sensacional, Fábio teve suas atuações recompensadas com a convocação para a seleção brasileira de Wanderley Luxemburgo, de onde não pretende mais sair. "Quero ser titular na próxima Copa do Mundo", afirma ele, sem medo da concorrência. "No Brasil temos muito craques, mas vou lutar de igual para igual com eles", promete.

Agora é a vez de encarar o futebol europeu. Fábio tem consciência que vai enfrentar uma fase de adaptação, às vezes cruel com os craques brasileiros, mas isso ainda é pouco para desanimá-lo. "Sei que vai ser tudo diferente, mas só penso em jogar futebol e compensar o investimento que fizeram em mim", diz ele.

Para ajudar nesta primeira etapa, Fábio pretende levar a irmã, a sargento Fabiana, da Polícia Militar de Minas Gerais. Sempre junto do craque desde que ele chegou a Belo Horizonte, Fabiana promete manter na Itália a disciplina que impôs nesses seis meses de convivência.

"Mesmo com o Fábio sendo calmo e responsável, tenho que ficar em cima para que ele não saia da linha", entrega Fabiana. Quem também deve fazer companhia a Fábio em breve é a namorada Cristina, de 17 anos. "Ela está terminando os estudos, mas depois disso com certeza estará a meu lado."

Fábio acredita que as maiores dificuldades serão mesmo dentro de campo, pois terá como adversários alguns dos melhores zagueiros do mundo, além de ter que se encaixar no estilo de jogo italiano. "Lá eles jogam de maneira diferente, principalmente na marcação, bem mais dura e difícil de ser batida", explica ele, com ares de profundo conhecedor do futebol europeu. "Gosto de futebol e sempre assisto a jogos do mundo todo", justifica o artilheiro.

A presença de brasileiros na Roma também vai ajudar, segundo Fábio. "Já conheço o Antônio Carlos e o Cafu, da seleção, o que vai ajudar tanto nos jogos quanto para adaptar-me melhor." Além dos dois, jogam na Roma Aldair e Paulo Sérgio.

Mãe
Na pequena São Pedro do Avaí, cidade natal de Fábio Júnior, a 270 quilômetros de Belo Horizonte, a mãe do artilheiro, dona Maria, ainda não tinha a confirmação de que a negociação havia se concretizado, mas já se mostrava entusiasmada com o sucesso do filho.

"Nem sei o que falar. Se for verdade, ele vai ter o que sempre quis e mereceu", diz ela. Sobre a possibilidade de acompanhar o filho à Itália, dona Maria ainda não sabe. "Temos que ver como vai ficar a situação, mas acho que vou estranhar muito. Para mim, Belo Horizonte já é uma cidade grande e cheia de atrativos, imagine Roma."

Fábio Júnior embarca nesta terça-feira para a Itália. Vai fazer exames médicos e acertar as bases de seu salário com a diretoria da Roma, assessorado pelo procurador Giovanni Branchini, sócio de Alexandre Martins e Reinaldo Pitta na administração da carreira de jogador. Com certeza Fábio vai passar a ganhar bem mais que os R$ 10 mil mensais que recebia até hoje no Cruzeiro.

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