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Acordo entre Flamengo e Opportunity não avança
21h43 - 08/04/98

AJB
Do Rio de Janeiro

O tão sonhado acordo entre o Banco Opportunity e o Flamengo está mais atravancado do que imaginam os mais otimistas rubro-negros. Enquanto o arquiinimigo Vasco se prepara para assinar com o Nations Bank e o Banco Liberal, garantindo RS$ 34 milhões para os cofres cruzmaltinos, o Flamengo caminha a passos de tartaruga para a sociedade com o Opportunity. Segundo fontes do mercado financeiro, na prática, o que vem sendo divulgado sobre o provável acordo está a quilômetros da realidade. Tudo não passaria de uma jogada política da administração Kléber Leite.


"O Flamengo teria graves problemas com a instituição do clube-empresa. As contas estão totalmente em desordem. Eles faturam US$ 20 milhões, têm prejuízo de US$ 10 milhões e devem US$ 100 milhões. Quem investiria num negócio desses? Pelo que sei, não há nenhuma chance de acontecer o negócio da maneira como se está discutindo.", disse a mesma fonte. Kléber Leite estaria jogando mais para a torcida do que para o gol, justamente por estar em ano eleitoral. "Para um banco do porte do Opportunity investir é preciso haver uma transformação total no clube. Seriam necessárias modificações no estatuto do clube mas falta coesão na diretoria para tanto".


O Flamengo encomendou, no ano passado, um estudo a uma empresa de consultoria para saber quanto vale a marca do clube - que acabou sendo avaliada em US$ 280 milhões. Para chegar a esse total, o estudo levou em consideração três tipos de receitas. A primeira avaliava a receita do futebol, que acabou dando um valor de US$ 80 milhões negativos. A segunda indicava o volume possível de merchandising, a ser criado no futuro. Deu um total de US$ 80 milhões positivos. A terceira parte, chamada de receitas especulativas, seria uma conta que leva em consideração um total estimado de 24 milhões de torcedores do Flamengo em todo o Brasil. Assim, calcularam que 10% desses torcedores (2,4 milhões) dariam R$ 30 ao clube por ano, totalizando R$ 280 milhões. "Ora, torcedor é apaixonado mas não é burro. Porque não conseguem esse dinheiro hoje? Essa receita não existe", diz a fonte.



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