Agência Folha
Em São Paulo

A velada intenção das torcidas organizadas de entrarem com bandeiras sábado no estádio do Morumbi não está sendo levada a sério pela Polícia Militar. Segundo o tenente-coronel Vicente Marcelino, comandante do 2º Batalhão de Choque da PM, responsável pela segurança do estádio na tarde de sábado, "organizadas não existem mais". "Para nós, elas estão extintas. Se alguém aparecer com camisa de alguma dessas facções será convidado a retirá-la. Bandeira, nem se fala", afirmou o tenente-coronel.

O propósito das organizadas foi revelado nesta semana pela Folha. Grupos como Camisa 12, Pavilhão 9 e a extinta Gaviões da Fiel conseguiram entrar com bandeiras no último jogo do Corinthians, em Araras, domingo passado. Animados com o feito, os grupos passaram a semana planejando repeti-lo na partida de sábado, conforme relato de alguns de seus membros, que recusaram se identificar. "Como o jogo foi no interior, não era responsabilidade nossa. Mas tomei conhecimento do ocorrido e informei meus superiores. O caso está sendo estudado, pois a proibição vigora em todo o Estado de São Paulo", disse Marcelino.

Com um efetivo de 160 homens dentro do estádio, o tenente-coronel acredita ser muito difícil os torcedores contrabandearem bandeiras e instrumentos musicais para dentro do Morumbi. "Como eles, conhecemos todos os pontos vulneráveis do estádio. Estaremos lá dentro desde a manhã, e, de caixa d’água a banheiro, tudo será vistoriado." Segundo o tenente-coronel, o procedimento é padrão. "Mas como é um clássico, em fase semifinal, a vistoria é mais completa."

A PM ainda contará com 30 homens a cavalo e 35 motociclistas nas imediações do Morumbi. Após o jogo, dez carros da Rota serão somadas ao esquema, monitorando a periferia do estádio. "O contingente é mais do que suficiente", afirmou Marcelino. "Das organizadas, esperamos apenas as tradicionais manifestações fora do estádio", declarou. Procurados pela reportagem, os líderes das organizadas corintianas não foram encontrados.