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23/03/2004

Krueger: reformas teriam aliviado impacto da crise argentina

Nova York, 23 mar (EFE).- O impacto da crise argentina poderia ter sido menor se o país tivesse aplicado uma reforma estrutural mais ambiciosa, afirmou hoje, terça-feira, a diretora-gerente interina do Fundo Monetário Internacional (FMI), Anne Krueger.

Krueger falou especificamente sobre a necessidade que a Argentina tinha de reformar o mercado de trabalho e enfrentar o problema das relações fiscais entre o governo central e os provinciais.

Uma aplicação efetiva de reformas nessas áreas "poderia ter assegurado que a economia fosse robusta e flexível o suficiente para enfrentar o tremor da desvalorização, sem o completo colapso econômico que vimos", disse Krueger em conferência na "Economic Honors Society" da Universidade de Nova York.

A diretora do FMI analisou o caso argentino para defender a necessidade de os países com economias emergentes adotarem reformas estruturais ambiciosas, inclusive quando estas tiverem um alto custo político, pois, de acordo com ela, esta é uma das principais garantias de sucesso a longo prazo.

"Os governos devem vencer a tentação de cruzar os braços quando as perspectivas econômicas são brilhantes" e aproveitar esta circunstância para superar uma freqüente oposição a reformas estruturais, disse.

Krueger afirmou que, enquanto os países ricos podem enfrentar em melhores condições erros em suas políticas econômicas, nas economias emergentes os efeitos destes podem "ser catastróficos", e a Argentina é "o exemplo recente mais óbvio" disso.

Ela lembrou que atualmente mais de 50 por cento da população argentina vivem abaixo da linha de pobreza e que a economia sofreu uma queda de 20 por cento em quatro anos.

De acordo com ela, o crescimento e o controle da inflação que o governo obteve nos anos noventa ocultavam "fraquezas estruturais".

Entre elas, Krueger mencionou o controle fiscal, muito comprometido por despesas extra-orçamentárias e fraco demais para evitar uma dependência crescente do fluxo de capital privado para financiar os empréstimos do governo.

Outro dos problemas foi o excessivo otimismo das estimativas sobre o potencial de crescimento econômico, um aumento das importações muito maior do que das exportações, e, sobretudo, uma rigidez excessiva do mercado de trabalho.

Nos últimos vinte anos, a maioria dos governos de países emergentes empreendeu alguma reforma para promover políticas de mercado.

"Países como o México e o Chile foram excepcionais em seus esforços para promover reformas macroeconômicas sustentáveis", mas no resto da América Latina houve dois problemas fundamentais: a ambição insuficiente das reformas, especialmente na questão trabalhista, e a falta de continuidade das medidas adotadas, afirmou.

"Não é muito surpreendente que os políticos prefiram evitar decisões difíceis" e fazer o mínimo necessário, em vez de adotar reformas impopulares, mas isto "inevitavelmente prejudica suas perspectivas de sucesso", disse.

A diretora-gerente interina afirmou que muitos países ricos também precisam de reformas estruturais.

Mas acrescentou que estes costumam ter mais margem de manobra do que as nações em desenvolvimento.

"Muitos países no mundo todo evoluem abaixo de seu potencial", disse Krueger, acrescentando que políticas saneadas oferecem "a melhor esperança de um rápido crescimento" e de redução da pobreza.


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