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23/03/2004

BCE deixa entrever redução de juros para estimular consumo

Frankfurt (Alemanha), 23 mar (EFE).- O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, deixou entrever uma redução das taxas de juros para estimular o consumo na área do euro a um nível que corresponde com sua conjuntura atual.

Em uma entrevista com o jornal "Handelsblatt" para sua edição de amanhã, quarta-feira, Trichet afirmou que o BCE considera que a confiança do consumidor "não está necessariamente no nível que justificariam os dados fundamentais econômicos" da Europa.

Faltando apenas nove dias para a próxima reunião do conselho do governo da entidade européia, no dia 1º de abril, o banqueiro francês destacou a necessidade de analisar as repercussões sobre a confiança do consumidor, que não é satisfatória entre outras razões pela situação do mercado de trabalho.

Também lamentou-se que em vários países da área do euro, uma parte da população considere que a inflação aumentará e que tema que não poderá manter seu poder aquisitivo, o que também repercute negativamente na confiança do consumidor.

No entanto, afirmou que o BCE defenderá o poder aquisitivo dos cidadãos europeus, e que estes podem depositar sua confiança que poderão investir e consumir.

Antes dos atentados terroristas do dia 11 de março em Madri, a opinião generalizada entre os especialistas era que a autoridade monetária européia esperaria até o meio do ano, ou mais tarde, para diminuir o preço do dinheiro se até então não se tinha produzido a esperada recuperação econômica.

Mas estes atentados e o temor e a incerteza criados pelos últimos fatos políticos no Oriente Médio e a recente elevação do preço do petróleo parecem ter feito ainda mais um buraco na confiança do consumidor europeu, razão para que agora o BCE se mostra mais disposto a cortar as taxas, que desde junho de 2003 estão no mínimo histórico de 2 por cento.

Sem mencionar os juros, Trichet declarou ao jornal alemão que a entidade "está vigilante e alerta" e se não cumprir suas perspectivas sobre um consumo privado mais elevado "elaboraríamos nossos cálculos adequadamente em plena harmonia com nossa estratégia de política monetária".

Até o momento, Trichet e outros dos 18 membros do conselho de governo do banco tinham comentado que o nível das taxas é "apropriado", uma mensagem em código para denotar que a entidade não pensava em tocá-las em um futuro previsível, mas na entrevista adiantada pelo "Handelsblatt" não figura esta aceitação.

Sobre o pedido do chanceler alemão, Gerhard Schroeder, que o BCE reduza os juros para animar o anêmico crescimento econômico europeu, Trichet disse que uma independência autêntica significa não se deixar influir nem em uma direção nem em outra, mas também não omitir uma medida pelo mero feito com que alguém a tenha solicitado.

Ao mesmo tempo, reafirmou que os movimentos excessivos nos mercados de divisas não são desejáveis e que é muito importante que tanto Europa como Estados Unidos falem a mesma língua a respeito da taxa de câmbio euro-dólar.

Nas últimas semanas, o euro freou seu período de alta frente ao dólar e hoje, se manteve abaixo de 1,24 dólar, à espera dos dados econômicos que divulguem os Estados Unidos a partir de amanhã, quarta-feira.

Por outro lado, Trichet se pronunciou a favor de um ritmo mais rápido das reformas estruturais que empreenderam alguns países, como a Alemanha, apesar da complexidade desta tarefa, e as dificuldades que atravessa sua política fiscal.

A esse respeito, acrescentou que tanto ele como seus companheiros do BCE não acham que o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) deva ser mudado, e que compartem a opinião da Comissão de Européia de que sua aplicação pode ser melhorada.

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