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23/03/2004

Missão técnica mexicana negociará em abril envio de gás boliviano

por Mónica Medel México, 23 mar (EFE).- Apesar de suas reservas de gás, o México importa uma parte importante de seu consumo dos EUA e enviará, no final de abril, uma missão técnica para a Bolívia com o objetivo de continuar explorando a possibilidade de comprar o produto para o país sul-americano.

A afirmação é do embaixador da Bolívia no México, Guido Capra, em uma entrevista à EFE. Capra deixou claro que a sorte destas conversações sobre a possibilidade de exportar gás dependerá do plebiscito do "final de maio, primeira semana de junho".

Os ministros bolivianos de Mineração e Hidrocarbonetos, Alvaro Ríos, e de Presidência, José Antonio Galindo, se reuniram no México com autoridades do setor "para explorar e conhecer as características do mercado mexicano para um possível acordo estratégico de venda de gás natural" ao país, disse o diplomata.

"Esta visita ocorrerá na última semana de abril por uma equipe de técnicos mexicana", acrescentou.

As conversações com o México se intensificaram este ano depois que, em dezembro do ano passado, a Bolívia perdeu o mercado dos Estados Unidos, posteriormente ao acordo alcançado pela distribuidora americana Sempra com a filial da britânica British Petroleum na Indonésia para abastecê-la de gás natural.

Os funcionários mexicanos se reunirão com seus homólogos bolivianos para avançar no tema à espera do resultado do referendo prometido pelo presidente Carlos Mesa, quando assumiu o governo em outubro, depois de uma revolta social que obrigou ao então governante, Gonzalo Sánchez de Lozada, a renunciar.

O cancelamento das negociações entre a Sempra e o consórcio Pacific LNG (integrado por British Petroleum, British Gás e pela espanhola Repsol YPF), que encabeçava o projeto de exportação de gás boliviano, "abre um acordo estratégico entre a Bolívia e o México com a participação do setor industrial privado", afirmou o embaixador.

"Já não é simplesmente uma empresa que negocia a venda de gás, mas um acordo entre dois Estados com a participação do setor privado", enfatizou.

O diplomata considerou que se o acordo finalmente se concretizar, beneficiará ambas as partes, desde que se fixe um preço justo que "torne o México competitivo em sua industrialização e seja adequado para a Bolívia".

A aliança também permitirá que as geradoras da zona do Pacífico mexicano, muitas das que consomem combustóleo (altamente contaminante) possam substituir este combustível por gás.

"Não resolveria somente um problema de consumo industrial, mas de poluição", ressaltou.

A Bolívia tem as segundas maiores reservas de gás da América do Sul, depois da Venezuela, com mais de 54,9 trilhões de pés cúbicos.

Além disso, já exporta 20 milhões de pés cúbicos diários de gás para o Brasil desde 1996 e espera chegar, em breve, a 30 milhões.

Também há um "compromisso estipulado" com a Argentina para uma possível exportação de 10 milhões de pés cúbicos diários e há "possibilidades" de enviar gás ao "Paraguai e ao Peru".

Uma das causas da revolta social de outubro do ano passado na Bolívia foi a possibilidade de o gás ser retirado por um porto chileno.

A Bolívia perdeu suas costas para o Chile durante uma guerra em 1879. Desde 1978 estão suspensas as relações diplomáticas em nível de embaixador entre os países.

Capra reiterou que a Bolívia insistirá em sua reivindicação até conseguir novamente uma saída ao Pacífico.

Segundo cálculos oficiais, nos últimos 10 anos a falta de costas e portos significou perdas de 4 bilhões de dólares para a Bolívia, 0,7 por cento de seu Produto Interno Bruto (PIB) anual.

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