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28/02/2003
Zona Franca completa 36 anos e tenta sobreviver com novo pólo
Orlando Farias
MANAUS - A Zona Franca de Manaus completou hoje 36 anos de atividade temendo menos o futuro próximo que aponta para o fim do paraíso fiscal em 2013, conforme prevê a Constituição Federal, do que temia antes. A esperança atende pelo nome de produtos industrializados da própria floresta amazônica, a partir da inversão do modelo incentivado.
Isso poderá ser possível a partir da criação do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA) projetado há quatro anos pelo governo federal e que só agora começa a dar os primeiros passos. Os produtos a serem industrializados ainda estão sendo estudados em sua viabilidade econômica no CBA, mas o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio já procura captar investimentos para o novo modelo.
Em visita a Manaus nos dois últimos dias, o ministro do Desenvolvimento, Luís Fernando Furlan, garantiu que o governo federal pretende buscar os recursos para o novo projeto junto ao Bird. "O banco biogenético da Amazônia é o grande futuro desta região", lembrou o ministro.
Segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), os produtos que estão mais próximos de serem industrializados apontam para os fármacos e os cosméticos. Na verdade, diz a assessora da Suframa, Auxiliadora Tupinambá, "esses dois pólos já existem e precisam ser ampliados". De fato, em qualquer drogaria e muitas lojas da cidade, é possível encontrar remédios fitoterápicos fabricados sob receituário indígena de várias empresas locais.
Faturando atualmente US$ 10 bilhões/ano, o modelo criado em 1967 em pleno regime militar para ocupar o vazio demográfico na Amazônia e que emprega hoje 56 mil operários, abriu os olhos há poucos anos de que talvez sua perenidade industrial pudesse residir nas exportações.
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