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Viola sempre quis ser ídolo

Niels Andreas/Folha Imagem
Viola, 28, atacante do Palmeiras


free-lance para a Folhinha

Paulo Sérgio Rosa, Viola, acha difícil definir a posição dos quatro finalistas do Campeonato Paulista: "São Paulo e Corinthians saíram com vantagem nos primeiros jogos, mas isso pode reverter. O Palmeiras tem capacidade de vencer o Corinthians e tem força de vontade".
Viola passou a infância na periferia, no bairro Vila Nova Cachoeirinha, em São Paulo. "Jogava futebol com meus amigos nos campos de várzea ou no asfalto", conta.
O atacante disse que seu sonho era ser ídolo do futebol. Contou que não gostava muito de estudar, mas sempre foi bom aluno. Estudou até a 4ª série do primeiro grau.
Viola tem dois filhos, Paula, 2, e Pablo, que tem apenas uma semana de vida. "Eu e Paula gostamos de ir a parques de diversões, ao circo, ao McDonald's e aos shoppings. Assistimos recentemente à apresentação do show de Beto Carrero."
Quando era criança, Viola gostava de ver os jogadores Serginho Chulapa, Dario Pereyra, Zenon, Casagrande e Sócrates, porque tinham uma maneira própria de jogar e empolgavam os torcedores.
Seus melhores momentos foram quando se tornou campeão do mundo com a seleção brasileira e quando marcou seu primeiro gol, em 31 de julho de 1988, para o Corinthians. O pior momento é agora. "Tenho uma lesão no músculo difícil de curar. Até há alguns jogos era artilheiro, mas perdi a artilharia, a oportunidade de ser convocado para a seleção e perdi dinheiro -jogador parado não aparece e ganha menos."
Viola diz que vai jogar futebol até os 40 anos. Depois, quer ser treinador ou empresário.


Zetti cortava cana na roça com os pais

free-lance para a Folhinha

Zetti passou a infância em um sítio no interior de São Paulo, na cidade de Porto Feliz. "Até 7 anos, subia em árvores, andava a cavalo. Não tinha luz elétrica, acordávamos cedo, íamos à roça e voltávamos antes de escurecer. Jantávamos e íamos dormir às oito horas da noite." Zetti ajudava os pais a cortar cana.
Zetti começou a gostar de esporte aos 9 anos. "Jogava futebol de salão, basquete e vôlei. Eu me sobressaía e era sempre o escolhido da turma para jogar no time."
Ele também gostava de estudar. "Era bom em matemática e desenho." Quando terminou o primeiro colegial, surgiu a oportunidade de fazer teste no Guarani. Passou então a estudar à noite e a treinar de dia.
Filhos
"Gosto de assistir ao 'Castelo Rá-Tim-Bum' com meu filho. Pedro tem 4 anos, Júlia, 2 e Laura, 1. Vamos muito à praia fazer castelo na areia. É o quintal de nossa casa."
Momentos da carreira
Seu melhor momento foi quando ganhou do Barcelona (Espanha) e se tornou campeão mundial de clubes, em 1992, no São Paulo.
Em 1988, Zetti teve uma fratura na perna e ficou oito meses fazendo tratamento para se recuperar.
"Quando eu voltei, fiquei quase um ano e meio em baixa (estava no Palmeiras). Não ficava nem no banco de reserva, cheguei a disputar o campeonato de aspirante."
Zetti acabou sendo campeão pelo aspirante. Voltou a ter destaque quando foi vendido para o São Paulo. "Aí tive momentos de alegria."
Zetti nunca jogou no exterior, mas tem vontade de jogar no Japão.
"Meu passe me pertence. Tenho contrato com o Santos até dezembro, mas pode surgir uma oportunidade, que só valeria a pena se compensasse financeiramente. Pelo lado profissional, seria ruim ir agora para o Japão, porque eu teria poucas chances de ser chamado para jogar na seleção, e as pessoas perderiam o contato comigo."
Seu maior sonho é ter a oportunidade de ser titular da Seleção Brasileira em 1998.
Ídolos
"Senna foi uma pessoa que me marcou, pela seriedade, profissionalismo, concentração e dedicação ao esporte que ele escolheu. No futebol, destaco o Zico, também pela postura e seriedade."
Futuro
O jogador tem loja de brinquedos em Ribeirão Preto. Quando deixar de jogar futebol, pretende abrir outras.


Jogadores sonham com o título paulista

Leonardo Colosso/Folha Imagem
Dodô, do São Paulo, lê a Folhinha depois do treino


ROSANGELA DE MOURA
free-lance para a Folhinha

Dodô, Donizete, Viola e Zetti dizem que vão vestir a faixa de campeão paulista de 1997 na semana que vem.
Os craques deram entrevistas exclusivas à Folhinha e contaram sobre seus melhores momentos no futebol.
Hoje e amanhã acontecem duas partidas do quadrangular que definirá o campeão do Estado de São Paulo. O São Paulo enfrenta o Santos no estádio do Pacaembu, hoje, às 21h40. Amanhã, o Corinthians joga contra o Palmeiras, no Morumbi, às 16h. Na última rodada, o Palmeiras enfrenta o Santos, na quarta, e o Corinthians joga contra o São Paulo, na quinta.


Torcia para o Corinthians

João Quaresma/Folha Imagem
Osmar Donizete Cândido, 29, atacante do Corinthians


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"O São Paulo vai ser o campeão, o segundo lugar vai para o Corinthians e depois vêm Santos e Palmeiras."
Essa é a opinião do artilheiro do Campeonato Paulista, Ricardo Lucas, 23, o Dodô, com 18 gols.
Infância
Dodô passou a infância no bairro Vila Matilde, em São Paulo. Aos 8 anos, mudou para Itaquera.
O jogador disse que torcia para o Corinthians e que sempre brincou de jogar bola.
Quando tinha 12 anos já era titular do time de seu bairro. Aos 16 anos, foi apresentado por um amigo para jogar no Nacional e integrou o time de juniores.
Dodô terminou o segundo grau. O jogador disse que não era um excelente aluno na escola, mas sempre tirou boas notas. "Meu pai ficava no meu pé para que eu me dedicasse mais aos estudos", conta Dodô.
Jeans, tênis e jaqueta são suas roupas favoritas. Ele também gosta de lasanha, macarronada e Coca-Cola.
"Quando não estou jogando bola gosto de namorar, assistir a novelas e alugar filmes em vídeo."
Zico também é o ídolo do Dodô. "Foi o melhor jogador que eu vi jogando."
Seu sonho é chegar à seleção brasileira e dar uma vida melhor para sua família.
Carreira
"Agora é o meu melhor momento no futebol, e a vitória mais importante foi contra o Palmeiras, no último jogo. O pior momento foi no ano passado, quando eu já estava no São Paulo e cheguei a treinar separado do grupo."
Dodô sonha em jogar na Espanha. "É sempre bom jogar no exterior, principalmente pela condição financeira oferecida. Se surgir uma transferência mais para a frente, vou ficar contente."
Dodô não tem planos para o futuro. "Ainda não pensei o que vou fazer quando parar de jogar futebol."


Pantera não cruza com gato preto

free-lance para a Folhinha

"O Corinthians vai ser o campeão paulista, o São Paulo vai ficar em segundo lugar e o lanterninha vai ser disputado entre Santos e Palmeiras," promete Donizete.
O jogador disse que vai desenhar uma pantera no cabelo na partida em que o Corinthians vai disputar o título.
O apelido Pantera Negra surgiu no México, porque ele era o único jogador negro no time. Foi um locutor da Televisa que começou a chamá-lo assim.
Pantera Negra nasceu em Minas Gerais. Começou a jogar no time Volta Redonda.
Soltar pipas, jogar pião, bola de gude e brincar de pique-ladrão eram suas diversões quando era criança. Ele morava no morro e tinha uma vida simples. Aos 7 anos, jogava bola com os amigos.
Pantera estudou até o segundo grau e confessou que levava uma bola "dente-de-leite" na mochila, "para organizar as peladas".
Donizete contou que se inspirou no futebol de Zico e o considera um ídolo. Gostava também de Rivelino, porque jogava bola com a perna esquerda, e ele tentava imitar.
Donizete tem dois filhos, Bruno, 5, e Renan, 1. O pai gosta de levar as crianças ao Simba Safári, aos parques e gosta de brincar em casa de futebol e de ver desenhos.
Donizete já jogou em vários países, mas acha ruim viver fora do Brasil. "O México é um lugar agradável. No Japão é muito frio, o idioma é difícil e as pessoas não gostam muito de fazer amizades. Portugal também é bonito, mas, como houve brigas com colegas em campo e eu morava sozinho, ficava deslocado."
Seu melhor momento no futebol foi quando estava na seleção e conseguiu vencer a Argentina, depois de 20 anos que o Brasil não ganhava em Buenos Aires.
Donizete disse que é supersticioso. "Não gosto de cruzar com gato preto, de chinelo virado e entrar com o pé esquerdo no campo."
Ele quer jogar bola até 35 anos e abrir uma loja de artigos esportivos.

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