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`Rá-Tim-Bum' vira peça de teatro
Evelson de Freitas/ Folha Imagem
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Ensaio da peça "Teatro do Castelo Rá-Tim-Bum - Onde está Nino?", em São Paulo
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FABRIZIO RIGOUT
da Redação
Biba, Zeca, Pedro e Nino estarão pertinho de você quando a peça ``Teatro do Castelo
Rá-Tim-Bum - Onde Está o
Nino?'' estrear no Tuca, em
São Paulo, na primeira semana de março.
A peça conta o que acontece
quando Nino faz uma mágica
e cria pernas e braços na cobra Celeste. A Terra sofre então um desequilíbrio ecológico: vacas começam a coaxar,
gatos a latir etc.
Os atores do teatro serão os
mesmos da televisão. Pela
primeira vez eles vão dançar e
cantar ao vivo as músicas do
disco do Castelo.
A peça é dirigida por Mira
Haar e foi escrita por Flávio
de Souza. O programa da Rede Cultura, que não tem episódios novos desde outubro
de 1994, também vai receber
uma versão para cinema prevista para o mês de julho.
`Biba' muda de cara mais uma vez
da Redação
``Minha história é a maior
bagunça'', diz Cinthya
Abrantes, a Biba, sorrindo.
``Meu bisavô era negro, minha bisavó, branquinha; minha mãe é branca e meu pai,
cor de índio...'' e segue contando como começou sua vida de atriz desde pequenina.
Cinthya apresentou programas infantis, fez comerciais e, recentemente, participou da novela ``Tocaia Grande'', da Rede Manchete, fazendo uma personagem bem
mais adulta que Biba.
Cinthya fica surpresa com a
magia da profissão. ``É engraçado como as pessoas reconhecem você na rua. Uma
criança levantou minha saia e
disse `olha, mãe, a Biba usa
shorts por baixo!'''.
Na peça, Cinthya vai dançar
rumba, vestida de -surpresa!- Morgana.
Ela tem facilidade para mudar de figura. Depois do ensaio, solta as tranças e transforma-se em Cinthya, 16
anos, atriz.
Luciano cresceu mais que Pedro
Evelson de Freitas/ Folha Imagem
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Luciano Amaral faz programas infantis desde os 10 anos
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Desde que o ``Castelo'' deixou de ser gravado, Luciano
Amaral, o Pedro, teve de
mandar ajustar as roupas três
vezes. É fase de crescimento.
Luciano, 17, ganhou atenção aos 10 anos de idade como o Lucas do programa
``Mundo da Lua''.
Foi lá que conheceu a diretora Mira Haar, que fazia o
papel de sua mãe (até hoje ele
a chama de mãe), e também
os textos de Flávio de Souza.
``Acho o Flávio um dos melhores escritores de programas infantis. As crianças se
vêem no que ele escreve'', diz.
Nino no lugar certo
Evelson de Freitas/ Folha Imagem
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Cássio Scapin, que faz o personagem Nino
|
da Redação
Na peça, Nino é o centro das
atenções. Cássio Scapin, que
faz o personagem, está empolgado com o trabalho.
``Sou formado em teatro.
Isso sempre foi o meu negócio'', diz.
Ele confessa que o
personagem Nino foi um trabalho lento e difícil, que não
veio pronto no roteiro.
``Nos primeiros programas, Nino era outra pessoa,
um esboço muito fraquinho.
Fui criando o personagem
com a preocupação de não fazer alguém muito bonzinho.
Afinal, ele é uma criança que
está há 300 anos presa em casa o dia inteiro'', explica.
(FR)
O homem
e o castelo
da Redação
O criador da série
``Rá-Tim-Bum'', Flávio de
Souza, era um estudante de
artes plásticas que resolveu
ser ator. Aos 27 anos, publicou seu primeiro livro infantil, ``Vida de Cachorro'', relançado agora pela editora Formato.
Hoje em dia, ele escreve textos do programa ``Sai de Baixo'', da Rede Globo.
Trancados em um quarto
de hotel, Flávio e sua equipe
passam dias pensando em
diálogos engraçados para
Magda e companhia.
``Aqui é uma plantação
de abobrinhas'', diz, brincando.
(FR)
Nova personagem
Folhinha - Como será montada a peça do ``Castelo''?
Flávio - Ao vivo vai ter o Nino e as três crianças. Vai ter
bonecos e uma personagem
nova, que eu inventei. E os
outros personagens vão aparecer em vídeo, num telão.
Folhinha - Vão ser cenas
dos episódios da TV?
Flávio - Não. São cenas novas. O Nino vai se comunicar
com os personagens da tela
usando um ``videofone''.
Folhinha - E a personagem
nova, como se chama?
Flávio - Chama-se Lordana.
Ela é prima da Morgana. É
uma feiticeira boazinha, como sua prima.
Violência é tenebrosa
Folhinha - ``Vida de Cachorro'' é de 1982. Foi seu primeiro livro para crianças?
Flávio - Foi o primeiro publicado. Eu escrevia para
criança fazia tempo. Comecei
na revista ``Recreio'', que
não existe mais.
Folhinha - O livro fala de
um menino da cidade, que
não tem tempo de conversar
com os pais, muito ocupados.
Você teve esse problema ou
isso é uma coisa das gerações
mais novas?
Flávio - As duas coisas. Passei a infância assistindo a televisão, como eles.
Folhinha - Vai continuar escrevendo para crianças?
Flávio - Sim. Eu tenho um
projeto de programa infantil,
mas não posso contar detalhes, porque ainda não tem
patrocinador.
Folhinha - O que faz um
programa infantil ser bom?
Flávio - É o que tem por
trás. Os personagens não
roubarem, não matarem, não
botarem fogo nas coisas.
Sempre se tem de haver uma
certa responsabilidade.
Por exemplo, os ``Cavaleiros do Zodíaco'' são uma coisa tenebrosa. Alguma coisa
de bom deve ter, porque tem
audiência, mas eu não sei
muito bem o que é. O que eu
vi é de uma violência absurda.
Já ``Power Rangers'' são do
bem, defendem a natureza...
a violência é limitada. Eles lutam, mas nem encostam um
no outro. Chutam de longe, a
pessoa rola e cai no chão;
ninguém se machuca.
Leia trecho
inédito da peça
Zeca - E agora? Do que a
gente vai brincar?
Nino - Aquela hora o Pedro me deu uma idéia tão
boa! Bem que eu queria
achar o chapéu estrelado
do meu tio Victor para fazer uma mágica de verdade!
Biba - Mas o doutor Victor
escondeu esse chapéu
muito bem escondido!
Pedro - Não é nada disso,
Biba! O chapéu sumiu depois que o Nino usou naquele dia!
Zeca - Mas a gente podia
procurar!
Nino - Eu já procurei tanto!
Celeste (aparecendo na
toca)- Ei, vocês estão ouvindo?
Pedro - Ouvindo o quê,
Celeste?
Celeste - Os passarinhos!
Eles precisam dar um aviso para o Nino!
Biba (perto do ninho)-
Eles estão mesmo cantando!
Nino - O quê?
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