Ele criou o cerol que `não machuca'
da Redação
Norma Albano/ Folha Imagem
|
Paulo Estevão demonstra cerol que diz ser seguro
|
Paulo Estevão Pauli, 35, diz
ter inventado um cerol que
não machuca a pele, mas corta outra linha num duelo.
Segundo ele, o segredo do
do revestimento está no processo de moagem e filtragem,
que transforma o vidro em
um pó muito fino.
``Você já viu alguém se machucar com pó?'', pergunta,
com a porção de pó brilhante
na palma da mão.
Outro fator que, segundo o
inventor, garantiria a segurança do produto é que o pó
não é misturado à cola antes
de ir para a linha. ``Primeiro
a cola é passada na linha e só
depois vai o pó'', relata.
A técnica evitaria os ``caroços'' que ficam na linha quando o vidro é misturado antes
com a cola.
(MIRNA FEITOZA)
Produto não foi testado
Pauli está empenhado em
colocar logo seu produto no
mercado. Ele pretende vender o cerol já na linha e garante que um grande fabricante
de linhas para pipas está interessado no produto.
No entanto, a segurança do
invento ainda não foi comprovada em testes oficiais.
``As linhas para pipas são
vendidas sem selo de um órgão de inspeção, que indique
que elas devem ser usadas
sem cerol. Por que eu deveria
demonstrar meu cerol a um
órgão, antes de colocar o produto à venda?'', pergunta.
Caso de polícia
da Redação
A morte do homem degolado por linha com cerol na
Freguesia do Ó é investigada
pelo 28º Distrito Policial.
Os policiais do 28º DP foram orientados para apreender o cerol que encontrarem e
levar à delegacia as pessoas
que estiverem empinando pipas com linhas cortantes.
Até agora, não casos com
crianças. Mas, caso ocorra,
elas serão levadas à delegacia
e os pais chamados para buscá-las. O boletim de ocorrência será enviado ao juizado da
infância e da adolescência,
onde os pais e a criança serão
advertidos, além de poderem
pagar multa.
Fios dão choque
Outro perigo das pipas é a
linha enroscar na rede elétrica, como ocorreu em julho de
81 com Luciano de Souza, 6.
Sua pipa ficou presa nos fios e
ele tentou recuperá-la. Sofreu
um choque fatal.
No ano passado, só de janeiro a outubro, a Eletropaulo (Eletricidade de São Paulo
S.A.) foi chamada 17 mil vezes
para retirar pipas dos fios!
Quase metade das chamadas ocorreu nos três primeiros meses do ano, época de
férias e temporada de pipas.
Fale com a Folhinha: folhinha@uol.com.br