Índice


O tenista que virou herói

Otávio Dias de Oliveira/Folha Imagem
Gustavo Kuerten, 20, que tem como ídolo Pete Sampras


da Redação

"Espero ser um bom exemplo para todos", disse Gustavo Kuerten a um grupo de crianças que o entrevistaram por fax para a Folhinha.
Ele viajaria quinta-feira à Alemanha, onde participa de mais um campeonato, e falou às crianças sobre o começo da carreira, a vitória e a fama. Os entrevistadores praticam tênis em escolas de São Paulo e têm entre 5 e 12 anos. (MF)

Crianças - Com que idade você começou a treinar?
Gustavo Kuerten - Comecei a jogar tênis aos 6 anos e passei a levar mais a sério aos 13 anos, quando conheci meu treinador, Larri Passos.
Thiago Mancini e Élcio Bueno - Qual foi o primeiro torneio que você ganhou?
Guga - Não me lembro bem... devia ter uns 8 anos. Meu primeiro torneio como profissional foi em 96, em Campinas.
Rafael Oliveira - Quem era seu tenista preferido e hoje quem é seu ídolo?
Guga - Quando comecei a jogar, meus ídolos eram Stefan Edberg e Jaime Oncins. Hoje, quem eu mais admiro é Pete Sampras.
Daniel Duarte, Carlos Rodrigues e Fábio Feldman - Qual foi sua emoção ao ganhar Roland Garros e sua reação ao perder Wimbledon?
Guga - Roland Garros me deu uma alegria muito grande, que até agora não consigo expressar. Acho que foi um resultado merecido depois de tanto trabalho. Perder na primeira rodada de Wimbledon não me deixou abatido. Foi como ter perdido qualquer jogo, mesmo porque acho que aprendi bastante na grama e consegui jogar bem. Não posso ficar triste cada vez que perco um jogo.


Os adversários e a fama

Crianças - Que tenista você não queria na chave?
Guga
- Depende do torneio e do piso. Hoje em dia, eu tento pensar no meu jogo e não em quem está do outro lado.
Luiz Piazza - Como é se tornar um grande ídolo?
Guga
- O objetivo de todo esportista é se tornar reconhecido pelo seu público.
Catherine Carui - Como você administra ser um "top ten" do mundo e, ao mesmo tempo, um garotão das praias catarinenses?
Guga
- Quando viajo, fico concentrado nos jogos. Mas, quando estou em casa, aproveito para surfar, ficar com minha família e amigos.
Rodrigo - Tênis infantil no Brasil dá condições para o aluno se tornar bom?
Guga
- É claro que sim, principalmente se houver um projeto da confederação.
Crianças da escola Meyer - E o tênis feminino no Brasil?
Guga
- Meninas têm pouco apoio. Viajam sós. É difícil...


Mãe não briga quando perde

Alec McCluskey - Por que você está tão magro?
Guga
- O que eu como gasto nos jogos e nos treinamentos. Mas isso não é problema.
Crianças da Meyer - O que você come antes do jogo?
Guga
- Um lanche. Antes dos jogos em Wimbledon, comia sobremesa de morango e iogurte.
Crianças - Além do treino em quadra, o que você faz para correr tanto?
Guga
- Antes da temporada começar, faço preparação física durante um mês e nos torneios sempre faço um pouco de musculação. Em época de competição, procuro não comer carne vermelha e como bastante massa.
Mireile Carui - Quando você perdia, sua mãe brigava?
Guga
- Minha mãe nunca brigou comigo por eu ter perdido um jogo. Quando ligo para falar um resultado, falo rápido sobre o jogo, e a gente conversa sobre outras coisas.

Fale com a Folhinha: folhinha@uol.com.br