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A história que sobrou no centro
Norma Albano/Folha Imagem
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Meninos no último andar do prédio do Banespa
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FABRIZIO RIGOUT
da Redação
A cidade de São Paulo começou no pátio de um colégio. O prédio, que os padres
mandaram construir em
1554, desabou há um século
exatamente.
Quando a cidade fez 400
anos, mandou-se erguer outro igual, no mesmo local,
perto da praça da Sé.
A história de São Paulo é
uma grande demolição. Por
muito tempo as pessoas acreditaram que era sinal de riqueza construir prédios modernos em lugar dos velhos.
Alguns edifícios resistiram.
Os mais famosos são o prédio
Martinelli, o viaduto do Chá
(o primeiro da cidade) e o
Teatro Municipal, com suas
1.585 cadeiras de veludo.
Passear pelo centro de São
Paulo traz lembranças da
época em que a cidade tinha
bondes puxados a burro (nada de ônibus) e os homens
saíam à rua de terno, gravata
e chapéu.
Nas ruas
Mais fácil é ir de metrô, para
não se perder. Desça na estação Sé.
Caminhando pela rua Roberto Simonsen, você chega
ao Solar da Marquesa de Santos, mulher do imperador do
Brasil, dom Pedro 1º. O solar
é a única casa que sobrou dos
anos 1700.
Atravesse o Pátio do Colégio -seu museu está fechado
até dia 13- e siga pelas ruas
Boa Vista ou Álvares Penteado. No caminho, veja fachadas (frentes) de prédios.
A Bolsa de Mercadorias e
Futuros, onde se trocava arroz por café, café por trigo, e
tudo isso por dinheiro, fica
na praça Antonio Prado.
Olhe para cima. É o gigante
prédio do Banespa.
Suba até o 35º andar e tente
achar sua casa em meio à
plantação de prédios.
Bem embaixo, na rua São
Bento, está o Mosteiro de São
Bento, onde os monges cantam seu canto medieval.
No lado oposto do Anhangabaú, para lá do viaduto do
Chá, fica o Teatro Municipal.
Teatro e basílica
lembram palácios
Norma Albano/Folha Imagem
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Turma brinca na porta de entrada da Basílica de São Bento
|
da Redação
A Folhinha acompanhou
um grupo de crianças paulistanas em seu primeiro passeio a pé pelo centro, numa
manhã de domingo.
Quase tudo era novidade,
principalmente os edifícios
altos, colados uns aos outros.
Do terraço no último andar
do prédio do Banespa ninguém conseguia localizar seu
bairro entre tantos prédios.
Os labirintos e terraços do
Teatro Municipal prenderam
a atenção de todos.
Como não havia espetáculo, os meninos puderam entrar no camarote do prefeito.
``Sentamos na cadeira do
Pitta antes dele'', disseram.
Polícia dá bronca em `maloqueiros'
``Adorei os detalhes dos
prédios. São muito bonitos,
principalmente o Palácio da
Justiça. Nunca tinha parado
para olhar com calma.
Só não gostei de ver a polícia dando bronca nos maloqueiros no Anhangabaú.''
Rafael Almeida, 12, mora no
Bom Retiro, centro.
Centro não se parece com bairro
``O Teatro Municipal é lindo por causa do aspecto de
prédio antigo.
Foi a primeira vez que vim
ao centro. É um lugar antigo.
No meu bairro só tem porteiro eletrônico.'' Ana Carolina
Góes, 12, mora na
vila Leopoldina, zona oeste.
A temporada do Teatro Municipal recomeça
em 23/1. A torre do Banespa (praça Antonio
Prado) abre de segunda a sexta, das 10h às
16h30 (tel. 011/248-1033, ramal 81466). Os
monges cantam na Basílica de São Bento de
segunda a sexta, às 7h, e domingo, às 10h
(tel. 011/228-3633).
Missas para 8.000 pessoas
Norma Albano/Folha Imagem
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Prédio do Banespa visto do alto do edifício Martinelli
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Maior teatro da cidade, o
Municipal, foi inaugurado em
1911. As escadarias de mármore e as esculturas lembram
o interior de um palácio.
``Uau... eu queria morar
aqui'', disse Marcela Pontes,
8, ao ver o palco do Municipal
pela primeira vez.
Mas a Basílica (grande igreja) de São Bento é o prédio
que causa maior impressão
de luxo e beleza. A igreja tem
vitrais (pinturas transparentes feitas nas janelas) e imagens belíssimas de santos.
Já a catedral metropolitana,
na praça da Sé, impressiona
por seu tamanho. Lá dentro
cabem 8.000 pessoas.
(FR)
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