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Com 11 anos, Rossi já contava votos

Toni Pires/Folha Imagem
Alunos do colégio Degrau entrevistam Francisco Rossi em São Paulo


da Reportagem Local

O barulho era grande na perua. As crianças treinavam a voz com os gravadores, para a entrevista com Francisco Rossi (PDT). As garotas penteavam o cabelo. Os garotos gritavam no gravador. Chega a hora e o nervosismo. Rossi, 49, alivia a barra: ``Podem rir se quiserem, tudo bem''.

Folhinha - Como foi a sua infância?
Francisco Rossi - Foi um pouco difícil porque perdi meu pai quando tinha 5 anos. Com a morte dele, a minha mãe teve de se virar. Naquela época havia preconceito com relação a mulher trabalhar.
Folhinha - O senhor gostava de estudar?
Rossi - Para ser franco, não gostava muito não. Mas sempre tive memória boa. Prestava atenção nas aulas para não ter de estudar depois. É importante que as crianças estudem se quiserem vencer na vida e não tiverem a memória tão boa como eu tinha.
Folhinha - Quando começou o interesse pela política?
Rossi - Eu tinha uns 11 ou 12 anos e já imaginava que ia ser político. Fazia continhas para saber quantos votos eu ia precisar para ser governador, prefeito. Já passava pela minha cabeça ser político e até presidente da República.
Folhinha - O senhor se considera inimigo dos outros?
Rossi - Não, mas não vou ser bonzinho porque eles tiveram sua oportunidade. Vejo Maluf falando: ``No meu governo, o transporte coletivo melhorou muito''. Melhorou nada, piorou. Agora, a mentira na televisão é colorida, tem musiquinha. (VANESSA DE SÁ)


Mais policiais nas ruas



Folhinha - O que o senhor pretende fazer para melhorar a saúde?
Rossi - A saúde no Brasil está falida, por isso o pessoal acha que o PAS é uma maravilha. Se você está no deserto e não tem água e alguém vem com um copinho d'água, você acha uma maravilha.
O ideal seria que você fizesse alguma coisa que realmente resolvesse o problema e não alguma coisa que matasse a sede naquela hora.
Folhinha - O senhor pretende continuar as obras do outro prefeito?
Rossi - Nenhuma obra que um prefeito faça pode ser interrompida por um outro só porque o outro começou. O importante é primeiro terminar o que está sendo feito. É mais importante que se faça do que saber quem fez.
A principal obra que um prefeito tem de fazer é no coração das pessoas. Os governantes deveriam se preocupar mais com esse tipo de obra. É o que eu pretendo fazer.
Folhinha - O senhor pretende aumentar o policiamento?
Rossi - Vou gerar mais empregos e ampliar os 3.000 homens da Guarda Metropolitana para 15 mil homens.
A prefeitura tem mais ou menos 3.000 locais em que poderá manter policiais por 24 horas. Isso vai facilitar a vida na periferia que hoje não pode contar com a polícia porque o Estado perdeu a capacidade de manter viaturas rodando e de dar bons salários para a polícia.

Pensei sobre as respostas
Eu achei o Rossi sério e honesto. Sério porque, quando ele entrou e nós ficamos fazendo perguntas, ele respondeu muito sério. Eu achei honesto, porque eu pensei nas respostas que ele deu.
Juliana dos Santos, 13

Ele não fez brincadeiras
Eu achei o senhor Rossi legal, mas pouco natural, deu respostas muito artificiais. Achei-o um tanto falso. O senhor Rossi é muito sério, porque não fazia gozações em suas respostas.
Déborah Cukier, 12

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