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Menino cria animais assustadores

Marcelo Abate/Folha Imagem
Jorge Monteiro com a aranha Filomena, criada em casa


CLAUDIA VARELLA
da Agência Folha, no ABCD

Criar bichos de estimação em casa, como cães, gatos e coelhos, é um hábito bastante comum.
Na casa de Jorge Monteiro, 12, em São Caetano (Grande São Paulo), porém, a história é um pouquinho diferente.
Além de cachorros, gatos e peixinhos, ele cria duas cobras, quatro lagartos, uma aranha caranguejeira, dois escorpiões, uma salamandra e quatro sapos.
``O meu preferido é o Léo (um lagarto de nome Leopoldo). Ele dorme comigo quase sempre'', diz.
A ``família animal'' cresceu neste Natal, pois Jorge ganhou uma cobra e um escorpião. Ele diz que daqui para frente quer ganhar só cobras.
``No começo, fiquei preocupada por Jorge criar esses bichos. Mas depois aceitei, pois ele aprendeu a manuseá-los'', diz a mãe, Dulce Gouveia, 34.
Os bichos vivem em recipientes de vidro colocados nos corredores entre os quartos da casa.
Em cada recipiente, Jorge colocou um papel com informações sobre os bichos: nome científico, alimentação, tamanho, procedência etc.

Animal precisa de documento
Para se ter animais silvestres em casa são precisos documentos do Ibama. A importação de répteis e anfíbios foi proibida há três anos, mas quem adquiriu animais antes de março de 1994 pode criá-los, desde que siga normas de segurança.

Marcelo Abate/Folha Imagem
Jorge o o lagarto Leopoldo


Butantan não recomenda criação
O diretor dos museus do Instituto Butantan, Pedro Antônio Federsoni Jr., 49, não recomenda a criação de bichos silvestres em casa.
``Eles trazem parasitas, bactérias e vírus para dentro de casa. A mordida de uma cobra, por exemplo, pode injetar bactérias de tétano na pessoa'', afirma.
Para a criança que gosta de serpentes, escorpiões e aranhas, Federsoni recomenda uma visita ao Instituto Butantan, em São Paulo.
No instituto, há três museus. O mais visitado é o Museu Biológico, onde estão cerca de cem bichos, entre serpentes, aranhas e escorpiões do mundo todo.
Mas o lugar mais procurado pelos visitantes é o serpentário -um fosso de três metros de profundidade onde vivem ao ar livre mais de 200 serpentes. ``É o ponto turístico do instituto'', diz o diretor.

Instituto Butantan - av. Vital Brasil, 1.500, São Paulo (tel. 011/813-7222, ramal 2166). De terça a domingo, das 9h às 17h. R$ 0,50 (até 12 anos) e R$ 1,20 (adultos e crianças acima de 12 anos).

Macelo Abate/Folha Imagem
Jorge segura os escorpiões Sansão e Dalila


Sansão e Dalila, escorpiões
Jorge deu nomes a quase todos os seus bichos. Além do lagarto Léo, há a Laura, o Boni e o Vitor (lagartos); o Franklin e o Renato (cobras); a Filomena (aranha) e o Sansão e a Dalila (escorpiões, na foto). A salamandra e os sapos-de-chifre não têm nomes.
Para alimentá-los, Jorge usa grilos, baratas e ratos.
Aluno da 7¦ série, Jorge diz que pretende estudar biologia, veterinária e se especializar no estudo de répteis.
``Quero montar um serpentário (local de criação de serpentes)'', diz ele.

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