Ponge: poeta que vai direto às coisas
LEDA TENÓRIO DA MOTTA
especial para a Folhinha
Será que as crianças gostam
de poesia? Há uns 20 anos, o
jornal francês ``Le Monde''
publicou o resultado de uma
pesquisa sobre o assunto. Os
francesinhos amavam... o
poeta Francis Ponge!
Nos anos 20, quando era
ainda desconhecido, Francis
Ponge já tinha um público infantil. É que, sem ter livro publicado, alguns poemas seus
apareciam em jornais e revistas. Foi então que um professor, achando interessante para seus alunos, teve a idéia de
copiá-los e usá-los em ditados. No que foi imitado por
outros professores.
O poeta, que morreu em
1988 foi um dos mais importantes do século 20, sempre
gostou de ter começado nas
salas de aula, passando no
teste da simplicidade.
O mais difícil, insistia ele,
era conseguir ser simples, ir
direto às coisas. Dos pequenos bichos, uns assustados,
outros sábios, como as rãs e
as aranhas, a certos objetos,
saídos por vezes das profundezas da terra, como as estranhas raízes que são as batatas.
Leda Tenório da Motta é crítica literária e traduziu os poemas desta página,
de Francis Ponge.