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Comédias, traições e encantamentos

MÔNICA RODRIGUES COSTA
Editora da Folhinha

Apostas de brincadeiras, amor, ciúme e morte fizeram parte das receitas de Shakespeare para fazer histórias.
Leia o resumo de aventuras do escritor, que estão em livros adaptados por Mary Lamb. Da editora Dimensão, à venda nas livrarias Da Vila (011/8145811) e Saraiva (tel. 011/870-5164). R$ 20,00 cada um.


"Otelo" é sobre dor e morte

Desdêmona era branca e filha de um rico senador de Veneza. Ela se apaixonou por Otelo, um valente general negro, e casou com ele.
Otelo era amigo de um soldado chamado Cássio, que freqüentava a casa do casal.
Otelo promoveu Cássio a tenente. Iago, oficial mais velho, ficou com inveja e fez Otelo desconfiar que Cássio e Desdêmona eram amantes.
Otelo enlouqueceu de ciúme. Perdeu a paz de espírito.
Iago tanto atormentou Otelo, contando detalhes só por ele imaginados, que Otelo mandou matar Cássio.
Em seguida, Otelo matou Desdêmona. Mas antes de Cássio morrer, ele revelou a traição de Iago. Desesperado, Otelo se matou.


Ciúme só cria tragédias

``Conto de Inverno'' é outra história de Shakespeare que mostra a desconfiança e o ciúme que o marido sente em relação à mulher.
Desta vez, é o rei da Sicília, de nome Leontes, que sente ciúme de sua rainha, Hermione.
Leontes acha que Hermione está apaixonada por seu melhor amigo, Polixenes, o rei da Boêmia.
Leontes prende a mulher, abandona a filha numa praia e pede para matarem Polixenes. Felizmente no final tudo acaba bem.
As ilustrações são de Elzbieta Gaudasinska.


Um gêmeo briga e o outro paga o pato

Egeu e sua mulher tiveram filhos gêmeos e compraram dois outros gêmeos para serem escravos dos filhos.
A família morava em Epidâmio e resolveu voltar para Siracusa, sua terra natal.
Na viagem, o barco afundou. Egeu, um filho gêmeo e um escravo conseguiram chegar a Siracusa, e a mulher e os irmãos foram para Éfeso.
Nunca mais eles se reuniram. Quando o gêmeo que estava com Egeu fez 18 anos, começou a procurar o irmão.
Aí começam confusões geniais no livro ``Comédia de Erros''. Um gêmeo briga com a mulher e o outro paga o pato. Um gêmeo não paga dívida e o outro vai para a prisão.


A vida copia Shakespeare

ARTHUR NESTROVSKI
especial para a Folhinha

Todo mundo já deve ter se perguntado qual é o maior escritor do mundo. É uma pergunta boba: não há um campeão da literatura. Mas muitas pessoas concordam que William Shakespeare é o maior autor que elas leram.
O escritor inglês Shakespeare (pronuncia-se ``chêiquispir'') nasceu em 23 de abril de 1564 e morreu num 23 de abril também, de 1616.
Ele escreveu 37 peças de teatro, 154 sonetos e alguns outros poemas. Sua peça ``Romeu e Julieta'' serve no Brasil até de nome para goiabada com queijo.
As peças de Shakespeare são boas histórias. Mas mais importantes são as palavras, que ele sabia usar como ninguém. E mais importante, ainda, é o modo como ele nos mostra a gente mesma, por dentro -como a gente sente as coisas do mundo.
Ninguém jamais tinha escrito assim sobre as pessoas. E ninguém conseguiu escrever, depois dele, sem ser um pouco influenciado por ele.
Não é exagero dizer que tudo o que a gente lê de literatura, até hoje, é um pouco obra de Shakespeare. A própria vida parece, às vezes, uma repetição de Shakespeare.
Só tem um papel que ele não escreveu. É o de leitor de Shakespeare: um dos papéis mais inesquecíveis que você e eu e cada um de nós vai ter na vida.


Histórias de amor, dinheiro e vingança

da Redação

Esta comédia aconteceu em Veneza, na Itália. O jovem mercador (comerciante) Antônio e seu amigo Bassânio entraram numa fria por causa de dinheiro emprestado.
Tudo porque Bassânio era pobre e queria casar com Pórcia, uma moça rica.
Como os amigos tinham ``um só coração e uma única bolsa'', Antônio pediu dinheiro emprestado ao agiota Shylock para ajudar Bassânio. Shylock era judeu e emprestava dinheiro a juros. Ao devolver, a pessoa pagava um valor a mais.
Antônio era cristão e sempre xingava Shylock, por ele ser ganancioso. Como é que ousava lhe pedir dinheiro?
Pensando em se vingar, Shylock emprestou o dinheiro, mas com uma condição.
Se Antônio não pagasse no dia certo, teria de dar ao agiota um pedaço de seu corpo, perto do coração.
Bassânio comprou roupas bonitas e casou com Pórcia. Mas Antônio perdeu o prazo e foi julgado no tribunal.
Descubra em ``O Mercador de Veneza'' como terminou a história. Nela, Shakespeare usa a famosa piada de briga entre judeus e cristãos. (MRC).


``Romeu e Julieta''

Em Verona, na Itália, a família Capuleto é inimiga da família Montecchio.
Mas seus filhos adolescentes se apaixonam e casam escondidos.
Antes de Romeu e Julieta conversarem com os pais e declarar em público o seu amor, Romeu mata um primo de Julieta numa briga.
Romeu matou sem querer, quando apartava a briga.
O pai de Julieta Capuleto quer obrigá-la a casar com um nobre. Ela toma um remédio para fingir-se de morta.
Romeu pensa que ela morreu e se mata. Julieta acorda, vê Romeu morto e se suicida. O amor dos dois é trágico porque não se realiza.


Tempestade enfeitiçada



Tudo acontece em uma ilha habitada por espíritos, onde Próspero foi parar, depois de ter sido traído por seu irmão e pelo rei de Nápoles.
Próspero era duque de Milão. Por usura, seu irmão, Antônio, tomou o ducado.
Antônio e o rei colocaram Próspero e sua filha de 3 anos, Miranda, em um bote, para morrerem no mar.
Mas pai e filha conseguiram chegar à ilha, onde Próspero ficava estudando magia.
A ilha tinha sido encantada por uma feiticeira. Ela aprisionou espíritos nas árvores. Próspero libertou os espíritos e fez deles seus escravos.
Antônio, o rei de Nápoles e o príncipe Ferdinando passaram de barco pela ilha.
Chega a hora da vingança. O espírito Ariel provoca uma tempestade e o barco afunda. Com o encantamento de Ariel, cada náufrago pensa que é o único sobrevivente.
Miranda e Ferdinando se encontram e se apaixonam, o que deixa Próspero feliz.
Próspero dá tarefas pesadas ao rapaz para que ele prove o seu amor. Ferdinando vence os desafios. Como pensa que o pai está morto, pede Miranda em casamento sem a permissão do rei.
Então Próspero reúne todo mundo. Como o rei estava agradecido por ter sido salvo, concorda com o casamento.
Próspero perdoa o irmão, liberta Ariel e todos voltam felizes para Nápoles. (MRC)