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Quem é o verdadeiro coelhinho?

Era uma vez um pai e uma mãe coelhos de Páscoa. Eles tinham sete filhos.
Um pouco antes da Páscoa, o pai e a mãe queriam saber qual de seus filhos era o coelho da Páscoa de verdade.
A mãe buscou uma cesta com sete ovos, e cada coelhinho escolheu um ovo. Eles deveriam levá-los até as crianças sem nada acontecer no caminho.
O mais velho escolheu o ovo dourado. Ele correu por campos, campinas e pelo bosque e chegou até a casa onde deveria esconder o ovo.
Havia um portão alto e ele corria com tanta velocidade e deu um pulo tão grande, que caiu de mau jeito do outro lado, e o ovo quebrou.
Esse não era o coelho da Páscoa de verdade.

Segundo coelhinho
O segundo escolheu o ovo prateado. Quando passava pelo campo, veio a seu encontro a raposa.
A raposa queria tanto ter aquele ovo, que perguntou ao coelho se ele o daria a ela de presente.
Isso o coelho não queria.
A raposa então prometeu dar-lhe em troca uma moeda de ouro. Para isso, tinham de ir até a sua toca.
Lá, a raposa escondeu o ovo e voltou arreganhando os dentes, como se fosse comer o coelho. Ele correu o que pôde para longe da toca.
Esse também não era o coelho da Páscoa de verdade.

Terceiro coelhinho
O terceiro coelho escolheu o ovo vermelho. No meio do caminho, veio a seu encontro um coelho brincalhão, e ele pensou: - Ainda tenho bastante tempo, vou brincar de luta. Os dois coelhos lutaram e rolaram pela grama e nem repararam no ovo, que ficou todo amassado.
Esse também não era o coelho da Páscoa de verdade.

Quarto Coelhinho
O quarto escolheu o ovo verde. Quando chegou ao bosque, uma gralha ladrona começou a gritar do alto da árvore: - A raposa vem vindo! A raposa vem vindo!
O coelho olhou amedrontado para os lados e não sabia como esconder o ovo.
- Eu escondo para você - disse a gralha.
Mas, como a raposa não apareceu, ele quis de volta o seu ovo. A gralha então disse: - Ele está muito bem instalado aqui no meu ninho - e não devolveu o ovo.
Esse também não era o coelho da Páscoa de verdade.

Quinto coelhinho
O próximo escolheu o ovo cinza. Estava andando por seu caminho e chegou a uma lagoa. Passando sobre a ponte, olhou para baixo e viu sua imagem refletida na água.
Ficou tão fascinado, que se esqueceu do ovo, e este acabou se espatifando sobre uma pedra.
Esse também não era o coelho da Páscoa de verdade.

Sexto coelhinho
O sexto escolheu o ovo de chocolate. Em seu caminho, ele encontrou um esquilo que queria muito dar uma lambida no ovo de chocolate. O coelho disse:
- O ovo é para as crianças, não posso dar a você. Mas o esquilo queria só uma lambidinha. O esquilo disse que estava tão gostoso, tão gostoso, que o coelho não resistiu e também deu uma lambidinha.
E, assim, de lambidinha em lambidinha, eles acabaram comendo o ovo.
Esse também não era o coelho da Páscoa de verdade.

Sétimo coelhinho
O menor de todos escolheu o ovo azul. Ele passou pelo campo e pelo bosque. Encontrou-se com a raposa, mas não deu atenção a ela.
Ele também encontrou o coelho brincalhão, que queria brincar de luta, mas o coelhinho continuou andando.
Na floresta, a gralha começou a gritar: - A raposa vem chegando! A raposa vem chegando!
Mas o coelho não deu ouvidos a ela.
No lago, ele não olhou para os lados nem para baixo enquanto atravessava a ponte.
Quando encontrou o esquilo, que queria muito experimentar o ovo, o coelho não permitiu, pois o ovo era para as crianças.
Assim, finalmente, o coelhinho chegou à casa onde moravam as crianças.
Seu pulo sobre o portão não foi curto nem longo demais. Ele chegou direitinho ao outro lado sem quebrar o ovo.
Lá, escolheu um lugar debaixo das árvores, fez um ninho com as folhas secas e escondeu o ovo.
Esse era o coelho da Páscoa de verdade.


Essa história é uma adaptação de Edilamar Galvão, de um conto popular russo, traduzido do alemão por Christa Glass.

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