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O bom é ser diferente!

FERNANDO BONASSI
especial para a Folhinha

Ficou tocando samba direto! Vinha da cidade inteira... Acho mesmo que do Brasil inteiro! Puxa! Aquele bum-bum-bum...
O som dos surdos era o que mais dava pra ouvir. Uma coisa gostosa pra dançar e até pra andar. É! A gente ia comprar pão e leite, por exemplo, e sem querer já começava a mexer a bunda!
Era engraçado, porque na rua ia passando gente fantasiada de demônio, baiana, ninja, Super-Homem, caveira, Batman e até de Tiririca!
Parecia que tinham aberto uma revista de história em quadrinhos e os personagens tinham pulado pra fora. Todo mundo rebolando, jogando confete, tocando apito, fazendo algum tipo de bagunça.
Esses últimos dias todos, desde sexta-feira passada até quarta de manhã. Agora não. Tudo voltou a ficar meio igual como era.
Hoje mesmo eu vi: o homem que se fantasiou de demônio, está usando terno. A mulher que estava de baiana, colocou calça e blusa. Acho que eles estão indo trabalhar...
No Carnaval, tudo fica diferente. São só quatro dias, mas eu acho bom. Acho bom, porque quer dizer que a gente pode ser diferente e mais divertido sempre que quiser.


Fernando Bonassi é escritor e roteirista.

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