Uma tristeza muito, mas
muito triste...
FERNANDO BONASSI
especial para a Folhinha
Nossa! Como tá difícil
escrever! Bom, vamos lá...
Sabe, na hora em que eu e
a minha turma vimos na
TV aqueles policiais baterem naquelas pessoas lá
em Diadema, ficamos
com muita raiva.
Puxa! Era uma raiva que
eu nem sei como dizer! Essa raiva foi estragando
dentro da gente, como se
fosse um leite que alguém
esquecesse fora da geladeira... Todo mundo ficou
azedo. De tristeza.
Foi dando uma tristeza
tão triste, uma coisa misturada com vergonha que
eu vou te contar, viu...
De lá para cá, até o jogo
de bola ficou meio chocho... Ninguém tem muita
vontade de driblar, de
marcar gol...
Só dá zero a zero! Acho
que é de pura tristeza mesmo. Tristeza de isso ter
acontecido, tristeza de ter
gente tão violenta, tristeza, tristeza, tristeza...
Aquilo que nós vimos é
tão ruim, que alguma coisa tem que mudar.
Começando com a gente! Fiquei pensando e acho
que, toda vez que a gente
tiver raiva, tem de parar e
pensar como é terrível
descontar nos outros como aqueles policiais fizeram. Tem de respirar, se
acalmar e ver o que está
acontecendo.
Enquanto isso eu e a minha turma esperamos que
o governo faça de tudo para o Brasil não ficar triste
desse jeito outra vez.
Fernando Bonassi é escritor e roteirista.
Mande sua carta para: folhinha@uol.com.br