Índice


Ronaldinhão!

FERNANDO BONASSI
especial para a Folhinha

Quando a gente vê ele ali parado perto do meio de campo, andando de um lado pro outro, eu e a minha turma ficamos até com raiva: "pô, ele não vai fazer nada!"
Então a gente o chama de Ronaldinho, como se fosse uma coisa pequenininha de nada.
Mas aí o jogo vira bem naquela direção, a bola chega naqueles pés... e fica com ele como se fosse um cachorrinho de estimação! Gira feito uma coisa contente, não sai de perto.
Nessa hora, a gente chama de Ronaldo. Depois ele resolve partir pro gol. Aí é uma loucura, porque a bola simplesmente gruda nele, como se tivesse um ímã e tudo!
E a gente pensa: "não vai dar, ele é louco, vai bem em cima da defesa!" E ele dá assim uns toquinhos como quem não quer nada...
Então passa um adversário de um lado, passa outro do outro lado. É como se ele estivesse dando choque, porque os caras vão caindo de maduros! Nessa hora a gente o chama de Ronaldão.
Ele entra na área, vem o goleiro, mas, que nada! O negócio da bola é com ele mesmo! Só vai sair daqueles pés quando ele quiser!
E na hora em que a gente já está rouco, gritando de querer a bola lá dentro, ele faz o nosso gosto: prepara o chute e... a rede balança! E com a rede, balança junto, de felicidade, o coração da gente. Que gostoso!


Fernando Bonassi é escritor e roteirista.

Mande sua carta para: folhinha@uol.com.br
Índice