Índice



A história "O Rei Midas" nunca envelhece

ARTHUR NESTROVSKI
Especial para a Folha

Às vezes a gente liga a TV e está passando um desenho que todo mundo já viu. "Ah, não!", a gente diz, "esse desenho é velho!" Mas existem umas histórias que foram escritas há mais de dois mil anos e que as pessoas estão sempre contando. Ninguém se cansa, porque são as melhores histórias do mundo. Foram escritas num país chamado Grécia, pelos tataravós das crianças que moram na Grécia hoje. Cada um tem suas histórias favoritas. Vou contar só três. Elas são bem maiores no livro "As Mais Belas Histórias", lançado pela editora Paz e Terra.



Era uma vez um rei chamado Midas. Era um bom rei, mas só pensava em ser o homem mais rico do mundo.
O deus do vinho, Dioniso, gostava muito dele, porque o rei cuidava das videiras.
Certo dia, o rei Midas deu abrigo a um velho camponês perdido. Dioniso ficou muito satisfeito e achou que era a hora de dar um prêmio ao rei. Disse a ele que podia pedir o que quisesse. "Qualquer coisa?", perguntou Midas. "O que você quiser", respondeu Dioniso. "Quero que tudo o que eu toque se transforme em ouro."
O rei pegou um galho de árvore e ele virou ouro. Apanhou uma pedra e ela se transformou numa pepita brilhante. Colheu uma maçã e a maçã imediatamente ficou dourada.
O rei não cabia em si de felicidade. Voltou para o palácio e mandou preparar um grande almoço. Foi lavar as mãos mas a água era ouro líquido. Como muita fome, deu uma mordida num belo assado, mas a carne era de ouro e ele quebrou um dente. Quis beber vinho, mas o vinho também era ouro e queimava a garganta.
Desesperado, bateu na testa e a própria cara do rei transformou-se em metal! O rei Midas se deu conta da grande bobagem que fizera. Pediu desculpas a Dioniso e implorou que o deus desfizesse o encanto.
Dioniso viu que o rei tinha aprendido sua lição. "Vá até a fonte do rio Pactolo e mergulhe a cabeça na água fria."
Midas fez o que o deus mandou e voltou a ser como antes. Desde essa época, ele passou a odiar toda riqueza.
Passeia muito nos bosques, e sempre que pode se encontra com o deus Pã, que é o deus dos campos e passa o dia tocando flauta.

Mande sua carta para: uol@uol.com.br
Índice