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francisco
forró y frevo
“...y
ele disse faça-se a festa. obedientes, talvez por excesso de
zelo, fizemos várias. expulsos da terra natal, onde quase todos
os frutos eram proibidos y manga com leite ofendia, ocupamos a terra
alheia. aí mesmo foi que dançamos. aquilo mais parecia
terra de ninguém de tantas gentes e danças diferentes.
gente migrada sabe deus de onde. galega dando umbigada y japonês
se garantindo num bate-coxa que só vendo pra crer. expulsos do
paraíso (que não é lugar de camelô), fomos
nos espalhando de jabaquara a tucuruvi, de barra funda a itaquera. houve
imigrantes que foram parar no sumaré y vieram comandar arrasta-pé
y bater de bumbo pela vila madalena. sem falar naqueles aparecidos na
margem esquerda do sena, em paris, nas ramblas de barcelona ou sob os
céus em chamas de nova york. ai de ti, copacabana. ai de vós,
superquadras, lagoa da joaquina, ópera de arame. brotados do
chão, como mata-pasto y berduégua depois da primeira chuva.
dos bueiros do metrô, das rasas y desmedidas covas, dos quartinhos
de empregada, das entradas de serviço.
chico fala do novo álbum no showlivre
O
cantor e compositor Chico César mergulha no espírito duas
principais festas populares nordestinas (o carnaval e os festejos juninos)
para criar um disco alegre em que o foco encontra-se na força
dos ritmos que animam essas festas: o frevo e o forró. E ainda
no diálogo que esses ritmos têm naturalmente com bits universais.
Por exemplo: o xote com o reggae, o frevo e o arrasta-pé com
o ska. No que se refere especificamente ao frevo, uma novidade: a junção
da linguagem das orquestras de metais de Pernambuco com a guitarra baiana
dos trios elétricos da Salvador dos anos 70, em que a folia estava
sob o comando de Dodô e Osmar. Para buscar uma sonoridade universal
chamou o produtor Bid (o mesmo do segundo disco de Chico Science e Nação
Zumbi), com quem divide a produção do álbum. A
mixagem é de Mário Caldato Jr. O tempero nordestino fica
por conta da presença de músicos da Paraíba, da
Bahia e de Pernambuco. Entre eles, o grande Armandinho e seu pau elétrico
(homenageado no disco) e Spock e sua orquestra (representando a renovação
do gênero pernambucano).Entre os convidados a voz do frevo Claudionor
Germano, um verdadeiro mito que segue cantando com voz firme como nos
velhos tempos da gravadora Rozemblit. Dominguinhos empresta sua voz
e sanfona na música “Deus me Proteja” e Seu Jorge
é o convidado em “Dentro”. O disco é composto
basicamente de inéditas do próprio Chico César.
Com apenas uma regravação: a "Marcha da Cueca",
do já falecido e também paraibano Livardo Alves ("Eu
mato, eu mato quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato...). Enfim,
um disco leve para tocar nas ruas e nas pistas, com forte apelo regional
e internacional. Para levantar a poeira e o astral, inspirado no saudável
estado de espírito com o qual o povo nordestino encara e faz
suas festas.
_____________________________ ______________________________ produzido por bid e chico césar para chita discos
o que se falou "Depois de passar os últimos três anos passeando por um seara mais intimista, Chico procurou por outro tipo de comunicação musical. "Queria algo mais ligado ao corpo do que ao intelecto", resume. Procurou por BiD, que já produziu Chico Science & Nação Zumbi (Afrociberdelia) e mundolivresa, que, por sua vez, indicou Mario Caldato Jr. para a mixagem. O resultado são 14 divertidas canções para se ouvir em qualquer dia da semana, em qualquer época do ano, mas obrigatoriamente quando se tiver festa." Lívia Deodato, O Estado de Sao Paulo - leia mais "Chico César retoma o apelo popular de modo feliz com o álbum Francisco forró y frevo, produzido por ele e pelo paulista BiD (Chico Science & Nação Zumbi, Marcelo D2, Otto), responsável pelos efeitos e elementos eletrônicos, e mixado pelo brasileiro-americano Mario Caldato Jr. (Marisa Monte, Beastie Boys, Beck, Moby, Blur). Como o título sugere, o compositor cai de boca na vibração das duas principais festas do Nordeste, o Carnaval e o São João. Para isso, recorre aos ritmos do frevo (que vale tanto para as ruas de Recife e Olinda quanto para a guitarra baiana dos trios-elétricos de Salvador nos anos 1970) e do forró e variáveis (além dos seus diálogos com o reggae e o ska)." Hagamenon Brito, Correio da Bahia - leia mais "Nas lojas esta semana, o discos impressiona pela ótima qualidade da safra de inéditas de Chico, que enfatiza a afinidade rítmica do reggae com o xote em faixas como ‘Comer na Mão’ e ‘Ociosa’. O álbum tem tom festivo. Já na faixa de abertura, o frevo ‘Girassol’, as guitarras de Fernando Catatau sinalizam a intenção do artista — que produziu o CD ao lado de BiD — de buscar outras sonoridades para o gênero." Mauro Ferreira, O Dia - leia mais
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