CHAPADA DOS GUIMARÃES

INFORMAÇÕES
SÓ TEM LÁ
CARTÃO VERMELHO
VALE A PENA
DEPOIMENTO
SERVIÇOS

A natureza dá um show de transformismo na chapada dos Guimarães. No princípio, bem no princípio, há 500 milhões de anos, uma camada de gelo cobria tudo. Depois, bem depois, veio o mar, depois o deserto, depois tudo virou pasto de dinossauros. Mais recentemente, há uns 15 milhões de anos, a planície pantaneira foi para o brejo e fêz-se a chapada, equilibrando-se nas bordas dos despenhadeiros. Agora imensas montanhas de arenito parecem tocar o céu, tingindo as nuvens de tons de salmão, vermelho, ocre e verde. E o cerrado forra o antigo fundo do mar, desvendando fósseis de conchas e os choques que as ondas cravaram nas pedras. Fala-se em forças da natureza, dos deuses e do além. Ervas medicinais brotam no chão árido e diamantes surgem da terra. Carros desengatados sobem a serra desafiando a gravidade, as leis da física, num susto. Esotéricos dizem que as forças magnéticas tudo podem. Incrédulos atribuem "o fenômeno" à ilusão de ótica. Na chapada -parque nacional desde 1989- chegam sempre em primeira mão as notícias de ovnis e de energias portentosas. É o misticismo tomando conta de tudo, trazendo um clima de nova era ao cerrado, que já foi geleira, mar, deserto, vale dos dinossauros e, agora, é zen.

INFORMAÇÕES

• a 67 km de Cuiabá • como chegar MT-251 • área 33 mil hectares • população 14.598 habitantes • temperatura média anual 23°C • atrações cachoeiras, paredões, formações de arenito, turismo esotérico • informações turísticas r. Quinco Caldas, 56, na cidade de Chapada dos Guimarães, tel. (65) 791.1393.

SÓ TEM LÁ

Acredite se quiser
Os céticos chegam com o pé atrás, mas logo dão o braço a torcer e admitem: há algo diferente no ar, uma energia forte, um clima especial. Nos anos 80, a notícia de que uma civilização perfeita ia se instalar na região atraiu uma legião de místicos. Surgiram então muitas comunidades alternativas e esotéricas em torno do tal paralelo 15 tão apregoado pelo padre italiano dom Bosco. Suas profecias de 1883 falavam de cidades alinhadas energeticamente -como Porto Seguro, Brasília e Chapada- , beneficiárias da nova consciência planetária. A preparação para a tão esperada era incluía dias inteiros de meditação e energização nas cachoeiras e nos vales. Tudo facilitado pelas ondas cósmicas que, segundo se conta, atravessariam um buraco no céu da chapada. Mas do mesmo jeito que chegaram -de mansinho-, eles se foram. Restou o clima de misticismo, as histórias de naves e extraterrestres -como a do ônibus paralisado na estrada por feixes coloridos de luzes, um dos "causos" da chapada que o povo conta e acredita. Muita gente ainda aparece atrás dos ecos da nova era.

CARTÃO VERMELHO

• Cuidado com os precipícios. Contemple-os em segurança e nunca deixe as crianças sozinhas. Prefira visitas durante a semana: não há restrição para a entrada de carros. Mas evite dirigir nas estradas de areia. Há guias locais motorizados, com Kombi, Veraneio etc.

VALE A PENA

No Parque Nacional
Acesso pela BR-020. Tel. (65) 684.3510. Ter-dom 8h-17h.

IR
Cidade de Pedra Cânion formado por imensas paredes de arenito vermelhas, de 350m de altura. No topo, as formações rochosas lembram ruínas de uma cidade, onde planam araras-vermelhas; lá embaixo, a vegetação desenha na planície o mapa do Brasil.
Cachoeira Véu da Noiva A maior cachoeira do parque desaba do alto de paredões de arenito com 86m de altura. Nos mirantes na beira do cânion, visões mágicas de vários ângulos. Curta o espetáculo em segurança, deitado na beira do precipício.
Caminho das Pedras Curiosas formações de arenito se equilibram no ar formando figuras ao longo de 5 km da estrada de terra. Na pedra do Jacaré, procure pequenos fósseis de conchas incrustados no chão. Nada de levar um de lembrança; deixe tudo como está há milhões de anos. Mais à frente, o Altar de Pedra, com a Mesa de Sacrifícios e o Totem. Repare no movimento desenhado pelas ondas nas rochas, preciosos registros da natureza que provam que o mar virou cerrado. Veja ainda a Pedra Furada, o Cogumelo e o Chapéu de Sol.
Morro de S. Gerônimo Ponto mais alto da chapada, este enorme platô de bordas arredondadas e 1.020m de altitude é o centro das histórias de discos voadores que se ouvem por aqui. Serve de Ovniporto, garantem os crédulos. A trilha que leva até o alto está desmoronando e as escaladas são desaconselhadas pelo Ibama.
Casa de Pedra Pequena caverna de arenito cavada pelas águas do córrego que passa por baixo. Vândalos deixaram pichações na pedra.
Cachoeira das Andorinhas Descendo uma pirambeira forrada de cacos de ardósia chega-se à queda de 15m e a um delicioso lago para banhos e uma prainha. Dizem que um jovem costumava meditar com um cristal na cachoeira buscando a passagem para o centro da Terra. Se encontrou ninguém sabe. Mas ele. Mais adiante, uma trilha de 400 m. leva à cachoeira da Prainha, com areia branca e pedra para sentar e tomar uma relaxante ducha.
Cachoeiras do Degrau e do Pulo Subindo o rio pela ladeira dos cristais, a partir da cachoeira da Prainha, por entre plantinhas carnívoras, chega-se a estas gostosas quedas.

Fora do Parque

VER
Portão do Inferno A 35 km da cidade. Precipício coberto de vegetação. Saiba que aqui a polícia dava sumiço nos bandidos da região, razão do nome do portão.
Igreja N. S. Santana pça. da Matriz, cidade da Chapada dos Guimarães. Estilo barroco, construída em 1779 por escravos. O altar é pintado a ouro. As duas torres caíram com o tempo e apenas uma delas foi refeita.
Mirante do centro geodésico No alto do cânion. Bela vista panorâmica do encontro da planície pantaneira com a chapada. Pena que muita gente use o mirante como lixeira. Mas não se engane: na verdade o centro geodésico da América do Sul fica em Cuiabá.
SENTIR
Descida que sobe Antes da curva do portão do Inferno. Na subida da serra, prepare-se para o teste de São Tomé: páre o carro em ponto morto e leve o susto -em vez de descer, ele sobe, e cada vez mais rápido. Há explicação: ilusão de ótica, força magnética e concentração energética da chapada.
CONHECER
Caverna Aroe Jari e lagoa Azul A 46 km da cidade. Fica dentro de uma fazenda e é a segunda maior caverna de arenito do Brasil. Pode-se visitá-la sem problemas, só com o uso das pernas, vencendo 6 km de trilhas no cerrado. Com 1400m de extensão, a caverna Aroe Jari - "morada das almas", na língua bororó- hospeda uma lagoa que reluz um azul-turquesa cristalino. A guarda de honra da gruta é formada por centenas de araras e maritacas. Dentro, uma cachoeirinha escorre a partir das raízes das árvores que vencem o teto da gruta. Os gritos dos turistas têm provocado desmoronamentos no teto da gruta. Não grite lá dentro para não ferir o delicado ecossistema.
Morro do Cambambe A 50 km da cidade. Ou morro da Caveira do Gigante, era pasto dos dinossauros há 140 milhões de anos. Aqui foram encontrados fósseis de um Tiranosaurus rex que pesava sete toneladas.
Garimpo de Diamante A 35 km da cidade. "Seu" Salvador achou uma pedra de 11 quilates, pouco menor que uma bola de gude, e montou o garimpo Carvãozinho. Para garimpar diamantes e pedras preciosas há duas formas: desmoronando os barrancos de terra com jatos de água e procurando pelas pedras, assim como se escolhe feijão, ou "bamburrando", isto é, peneirando a terra até achar o xibiu, a pedra bruta do diamante.

DEPOIMENTO

"A explicação visual do paraíso para mim é a chapada dos Guimarães, um dos lugares mais fantásticos que eu já vi."
Hans Donner, artista gráfico


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