BEL�M

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SABOR DA TERRA
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INFORMA��ES

� como chegar BR-010 e/ou BR-316 � popula��o 1.144.312 habitantes � temperatura m�dia anual 26�C � atra��es igrejas, constru��es do ciclo da borracha, �rvores amaz�nicas, praias fluviais, sobrados coloniais e cer�mica ind�gena � informa��es tur�sticas Paratur, p�a. Waldemar Henrique, s/n, tel. (91) 212.0575.

S� TEM L�

Ver-o-Peso: as marcas do mercado
Criaram-no como ponto de com�rcio caboclo, �s margens do igarap� Piry, onde as canoas se juntavam para trocar frutas por peixes, carnes por legumes, ervas por cer�micas, no long�nquo ano de 1688. Passaram-se s�culos, mas o seu esp�rito continua o mesmo. O dia ainda � uma r�stia de noite quando as mercadorias chegam acomodadas em balaios de arum�, cestos de palha, sacos de juta, num troca-troca que n�o absolve sequer o com�rcio ilegal de p�ssaros silvestres oferecidos em gaiolas de jupati.
Das ilhotas e povoados ribeirinhos v�m os barcos, a remo ou a vela, juntar-se na ba�a do Guajar� no memor�vel amanhecer de Bel�m. Feirantes, biscateiros, pescadores se movimentam, e vendem, e trocam, e discutem, e contam casos, e prescrevem receitas amaz�nicas, e preparam mandingas para amores rompidos.
Por ser t�o importante, trouxeram-no de barco do Reio Unido e o ergueram ingl�s: nas torres angulares, nas escadas encaracoladas, no conjunto de ferro que o sustenta e o projeta desde o final do s�culo passado. Batizaram-no Ver-o-Peso porque recebia, como recebe, a produ��o que vem do interior, e o governo, ansioso por impostos, lhe imp�s uma balan�a e um fiscal, que s� fazia urrar "Ver o peso!"
E aquilo deu nisso: de suas 1.300 barracas, 416 vendem hortifrutis, 78, ervas medicinais e 11 s� se dedicam ao artesanato. O Ver-o-Peso (p�a. do Pescador, s/n) pode ser visitado 24h por dia, mas o melhor � de manh�.

SABOR DA TERRA

L�bios entorpecidos, l�ngua adormecida
A l�ngua adormece e o l�bio treme levemente. � assim que a velha receita de �ndio manifesta sua magia: entorpecendo o paladar. Experimente-se qualquer prato da famosa culin�ria do Par� e se ver� que a comida � comida de �ndio. O tucupi, por exemplo, � pra l� de tribal -nos ingredientes e no preparo. A mandioca � ralada, espremida e depois fervida em fogo lento dias a fio at� perder o veneno. S� quando o caldo est� bem amarelo, livre de impurezas, � que se lhe acrescenta o arom�tico e anestesiante jambu -uma plantinha rasteira, considerada medicinal e afrodis�aca. Al�m do pato assado, o tucupi acompanha qualquer peixe de �gua doce daqui: tamuat� (cascudo), filhote, pardo, tucunar� e, claro, o pirarucu, o maior peixe de escamas do Brasil (a pesca � proibida em certas �pocas).
A mani�oba � ainda mais radical. Requer uma semana de prepara��o. A folha de maniva, a planta da mandioca, tem de ser mo�da e aferventada durante seis dias. S� depois disso � que a mani�oba vira prima da feijoada ao receber charque, bucho, toucinho, mocot�, orelha, p�, chouri�o, ling�i�a e paio e ser servida com arroz e farinha d'�gua.
Ao entardecer, sempre depois da chuva, as esquinas de Bel�m denunciam mais uma vez a voca��o tribal da cozinha paraense. Nas cuias fumegantes das tacacazeiras borbulha o tacac�, uma sopa que leva tucupi, goma de tapioca, camar�o seco e pimenta-de-cheiro e, naturalmente, o jambu. Sobremesa? Sirva-se de bolos, tortas ou doces de castanha-do-par�.

CART�O VERMELHO

� Cuidado ao dirigir. O tr�nsito � ca�tico. Nenhuma placa de orienta��o nas ruas, buracos enormes no asfalto, desrespeito �s faixas de solo e vias inundadas logo nos primeiros cinco minutos da chuva di�ria.

VALE A PENA

VER
Forte do Castelo p�a. Frei Caetano Brand�o, s/n. Tel. (91) 223.4374. Diariam 7h-21h. Erguido em 1878 no mesmo local onde os portugueses constru�ram em 1616 o forte do Pres�pio, marco da funda��o da cidade. Bel�ssima vista da ba�a do Guajar�. Os canh�es ainda est�o sobre seus trilhos de ajuste de pontaria no piso de pedra.
Pal�cio Antonio Lemos p�a. D. Pedro 2�, s/n. Tel. (91) 242.3344. Ter-dom 9h-18h. Conhecido como Palacete Azul, pr�dio neocl�ssico projetado pelo arquiteto italiano Antonio Landi e inaugurado em 1883. Abriga a prefeitura e o Museu de Arte de Bel�m, com pinturas regionais, esculturas "belle-�poque" trazidas da Europa e mobili�rio dos sal�es da alta sociedade paraense da passagem do s�culo 19. Escadarias de m�rmore, lustres requintados, ladrilhos decorados, forro com detalhes de zinco e pisos de madeiras amaz�nicas.
Catedral da S� p�a. Frei Caetano Brand�o, s/n. Inaugurada em 1771, possui pain�is do italiano Domenico di Angelis e altar-mor doado pelo papa Pio 9. � daqui que parte todo ano o C�rio de Nazar�.
Igreja N.S. das Merc�s p�a. Gov. Jos� Malcher, s/n. Constru��o de tra�os simples de 1640. Era abrigo dos combatentes da Cobanagem, revolta popular que contou com a participa��o de negros e �ndios em 1835, contra os representantes da Reg�ncia.
Igreja do Carmo p�a do Carmo, 72. Fachada em estilo cl�ssico, inaugurada em 1777, no local onde existia a primeira capela do Carmo, demolida em 1690/ Da antiga sobrou o altar, com detalhes de prata.
Bas�lica de Nazar� p�a. Justo Chermont, s/n. Tel. (91) 223.9399. Inaugurada em 1909, � uma reprodu��o da Bas�lica de S. Paulo, em Roma. As portas s�o de bronze. Na cripta, um museu sobre a tradicional festa do C�rio do Nazar�.
Museu de Arte Sacra p�a. Frei Caetano Brand�o, s/n. Tels. (91) 225.1125/1142. Ter-s�b 9h-19h; dom e feriados 10h-14h. �nico museu de arte sacra da Amaz�nia, tem exposi��o permanente de obras dos s�culos 17, 18, 19 e 20. Sua principal atra��o � a Igreja de S. Alexandre, de 1718. Suas linhas barrocas contrastam com o estilo neocl�ssico da catedral da S�, � sua frente. No interior, mobili�rio de madeira entalhada por jesu�tas e �ndios.
Parque e Museu Em�lio Goeldi av. Magalh�es Barata, 376. Tel. (91) 249.1233. Ter-qui 9h-12h e 14h-17h; sex 9h-12h; s�b, dom e feriados 9h-17h. Centro de pesquisa biol�gica e agron�mica. Rara chance de conhecer, num �nico local, um verdadeiro santu�rio da fauna e da flora amaz�nicas: mais de 2.000 esp�cies de plantas e cerca de 600 animais em cativeiro ou soltos nos 52 mil m2 do bosque. H� peixes-bois, pirarucus, araras de todas as cores, p�s de guaran�, paus-brasis, vit�rias-r�gias, castanheiras-do-par�, palmeiras de a�a�. Na exposi��o permanente, centenas de animais empalhados e objetos ind�genas.
Pal�cio Lauro Sodr� p�a. D. Pedro 2�. Tel. (91) 225.3853. Ter-sex 10h-18h, s�b e dom 9h-13h. Inaugurado em 1772, o antigo pal�cio do Governo � uma obra-prima da arquitetura colonial brasileira. A cada per�odo -Col�nia, Reino, Imp�rio, Rep�blica- o edif�cio sofreu restaura��es que lhe alteraram a fachada e o interior. Abriga o Museu do Estado, com pinturas, esculturas e fotos.
Teatro da Paz p�a. da Rep�blica, s/n. Tel. (91) 224.7355. Seg-sex 9h-18h. Inaugurado em 1878, em estilo neocl�ssico, com 1.100 lugares. A fachada � sustentada por seis colunas cor�ntias. No teto do sal�o, pintura do italiano Domenico de Angelis retrata o deus Apolo e seu carro triunfal puxado por cavalos, entre motivos da fauna e da flora amaz�nicas. Marco da fase �urea do ciclo da borracha no Par�, recebeu companhias l�ricas famosas da Europa. Aten��o para antigos avisos do regulamento, impressos em placas de �gata dispostas pelos corredores.
IR
Cidade Velha Centro. O bairro conserva a arquitetura colonial da cidade. Sobradinhos geminados, azulejos portugueses na fachada, ruas estreitas, becos e cal�adas de pedra. Comece pela rua Siqueira Mendes, a primeira de Bel�m.
Pra�a Batista Campo Centro. Pracinha simples, do come�o do s�culo, com coreto pequenos lagos, pista de "cooper" e carrinhos de sorvete. Experimente picol� com sabor da terra: cupua�u, caj�, graviola, bacuri, muruci e acerola.
PASSEAR
Bosque Rodrigues Alves av. Almirante Barroso, 1.622. Diariam 6h-19h. No centro de Bel�m, uma amostra da mata amaz�nica original, com 2.500 �rvores. O bosque tem uma �rea total de 152 mil m2 com lagos, grutas e orquid�rio. Foi constru�do pelo bar�o de Maraj�, que sonhava com uma r�plica do Bois de Boulogne, de Paris. No zool�gico, bichos amaz�nicos como peixes-bois e tartarugas. E para manter nossas lendas vivas, na alameda principal, esculturas do Curupira, defensor das matas, e o Mapinguari, esp�cie de monstro humano.
Parque da Resid�ncia av. Magalh�es Baata, 830. Tel. (91) 249.3001. Ter-dom 9h-22h30. Antiga resid�ncia do governador, abriga atualmente parte da Secretaria de Cultura, al�m de ser uma agrad�vel �rea de lazer. Oferece restaurante, lanchonete e uma original sorveteria, instalada em um antigo vag�o de trem.
CONHECER
Ilha do Outeiro A 26 km de Bel�m. Acesso por ponte rodovi�ria a partir de Icoaraci. A atra��o s�o as praias fluviais, na ba�a do Guajar�, como a do Amor, �gua Boa e Grande.
Ilha do Mosqueiro A 86 km de Bel�m, pela BR-136. Se voc� n�o acredita que um rio tenha onda de mar, Mosqueiro, a 86 km de Bel�m, tira qualquer d�vida. Tem 14 praias de �gua doce. As praias do Farol, Murubira e Chap�u Virado s�o muito freq�entadas por jovens nos finais de semana. Dependendo do vento e da mar�, a de Marahue Para�so tem boas ondas para surfe. A orla da cidade guarda caracter�sticas do come�o do s�culo 20, quando imigrantes alem�es e ingleses constru�ram seus belos chal�s europeus.
Engenho do Murutucu Embrapa, av. Perimetral, 211. A 5 km do centro. Pegar entrada em frente da rotat�ria de acesso ao detran. visitas com autoriza��o do Embrapa. Tels. (91) 276.6333/2747. Seg-sex 9h-12h e 14h-17h. Escondidas pelo mato, as ru�nas do engenho do Murutucu preservam a mem�ria de um passado pr�spero. Movido a vapor desde 1780, o velho engenho de a��car era orgulho do fazendeiro Jo�o Ant�nio Rodrigues Martins, que administrava suas terras tal qual um coronel nordestino, com muitos escravos. Foi assim at� a passagem do s�culo 20. Chega-se ao velho engenho pela av. Perimetral, pegando uma picada no mato em frente da r�tula de acesso ao Detran. Entre poucos cacaueiros, est�o as ru�nas da imponente casa-grande. A capela, de 1711, � a constru��o mais conservada.
ASSISTIR
C�rio de Nazar� Segundo domingo de outubro. Uma das maiores manifesta��es da f� cat�lica no Brasil, desde 1793 o C�rio de Nazar� se repete em Bel�m e homenageia a padroeira do Par�. Pr�dios e barcos s�o enfeitados com bandeirinhas coloridas, para reproduzir a hist�ria do aparecimento da imagem de N.S. de Nazar� no local onde hoje est� a bas�lica de Nazar�. A lenda conta que a santa foi encontrada e levada para casa por um pescador. Mas no dia seguinte voltou a aparecer no mesmo local e a fazer milagres. Isso aconteceu por v�rias vezes. Nos �ltimos anos, cerca de 1,5 milh�o de fi�is t�m participado da prociss�o. Romeiros pagam promessas, carregam cruzes e ex-votos. A tradi��o � t�o forte que a festa � considerada o Natal dos paraenses e termina com um grande almo�o em fam�lia, onde n�o falta o pato no tucupi.
OUVIR
Carimb� N�o d� para ouvir o ritmo da terra e ficar parado. Muito tambor, reco-reco e cordas agitam o carimb� e qualquer sal�o pega fogo. A�, tem que dan�ar, e � f�cil: "Mexe a cintura pra tr�s, pra frente um passinho s�, agora d� uma rodada e dance assim o carimb�", ensina a m�sica de Lucinha Bastos.
COMPRAR
Em Icoaraci, a 23 km de Bel�m, � produzida praticamente toda cer�mica tapaj� e marajoara artesanal no estilo ind�gena do vale do Tapaj�s. O maior centro de oleiros � a r. Soledade, onde centenas de artes�os, inclusive crian�as e adolescentes, moldam o barro em barracos de madeira. As pe�as de barro -vasos e reprodu��es de mitos ind�genas- s�o baratas e tamb�m vendidas numa feira nos fins-de-semana. Em Bel�m, s�o encontradas no Ver-o-Peso, nas lojas da av. Pres. Vargas ou nos museus.


LEITURA

Bel�m do "cheiro-cheiroso"
Do tacac� t�o gostoso
Da chuva certa que vem
Bel�m-Par�
Capital onde a mangueira
A gente queira ou n�o queira
� o enfeite de Bel�m.

Bel�m cidade festiva
Que dom Francisco Caldeira
Castelo Branco fundou
Bel�m-Par�
Com a frase definitiva
"Quem vem ao Par� parou
Bebeu a�a�, ficou".
Billy Blanco, m�sico e compositor

DEPOIMENTO

Bel�m � um patrim�nio da nossa gente, n�o s� arquitet�nico, mas cultural. � uma pena que de cinco anos pra c� a cidade esteja maltratada, at� com com picha��es sobre aqueles azulejos coloniais lind�ssimos. Tudo em Bel�m � particular. Para mim, em especial, o teatro da Paz, um dos mais belos do Brasil. � comovente ver a multid�o acompanhar o C�rio de Nazar�. A comida, com destaque para o pato no tucupi, � exclusiva, assim como os deliciosos sorvetes de frutas regionais -cupua�u, a�a�, muruci- que s�o a cara de Bel�m. Sem falar na cer�mica marajoara.
Raul Cortez, ator

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