

No interior sofisticado, um toque
de nostalgia no console e o indicador de potência, à esquerda do
conta-giros

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Requinte aerodinâmico: os aerofólios
traseiros assumem três posições diferentes, conforme a velocidade
e a condição de uso, e o superior ainda atua como auxílio aos
freios |
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O
proprietário de um Veyron que tentar atingir sua velocidade máxima sem
a devida instrução, porém, terá uma decepção: não conseguirá superar
os citados 370 km/h. Para liberar as amarras é preciso girar uma chave
em um interruptor no assoalho — com o carro parado, claro — que o
coloca no modo de velocidade máxima. A suspensão rebaixa-se ao
extremo, deixando apenas 66 mm de vão livre à frente e 71 mm atrás; os
defletores dianteiros e o aerofólio inferior traseiro retraem-se; e o
superior chega bem perto da carroceria, em um ângulo de dois graus.
Nessa configuração, o Cx baixa de 0,41 para 0,36 e a sustentação
negativa não passa de 55 kg.
No entanto, durante o percurso rumo aos 400 km/h, se o motorista girar
o volante mais de 90 graus ou tocar os freios, acima de 55 km/h, o
carro volta ao modo de estabilidade. E por falar em freios, os do
Veyron são discos gigantescos (de 400 mm à frente, com pinças de oito
pistões, e de 380 mm atrás com seis pistões por lado) em
carbono-cerâmica. Ajudados pelo aerofólio superior traseiro, que
assume um ângulo de 55 graus em alta velocidade, para gerar arrasto e
força descendente naquele eixo, obtêm poder de frenagem espantoso: de
400 a 0 km/h em menos de 10 segundos. E o freio de estacionamento usa
acionamento eletrônico, que mantém o ABS ativo, de modo a servir como
um verdadeiro sistema de reserva.
Um milhão de
euros
Todo esse pacote de excentricidades mecânicas vem um envelope não
menos exótico. O Veyron não só impressiona por fora, com um desenho
próprio e intimidador, como também pelo interior, onde o couro reveste
quase tudo o que se pode ver e tocar. Entre os instrumentos aparece um
mostrador da potência usada no momento. O console tem uma inspiração
no passado e, como prova de que dinheiro não é problema, o velocímetro
e o indicador de potência em uso podem ter ponteiros com... diamantes.
O preço desse megacarro? Nada menos que um milhão de euros, em torno
de R$ 2,6 milhões pela cotação da data deste artigo. Onde quer que
esteja, Ettore Bugatti, o fundador da marca, que morreu em 1947,
certamente carrega um sorriso de satisfação por ver suas iniciais e seu sobrenome
estampados no automóvel de rua mais fantástico de todos os tempos.
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