A
barra estabilizadora, ou simplesmente estabilizador, consiste em uma
ligação entre as suspensões das duas rodas de um mesmo eixo (veja
figura), com o fim de estabelecer um vínculo entre seus movimentos.
Em uma curva, com a inclinação da carroceria (rolagem), as rodas
externas à curva tendem a comprimir as respectivas molas, enquanto as
internas à curva tendem a se afastar da carroceria, distendendo suas
molas.
É aqui que entra o estabilizador: ao "amarrar" com certa
flexibilidade as rodas interna e externa de cada eixo, ele as mantém
mais niveladas, reduzindo a inclinação da carroceria. Esse efeito é
tanto maior quanto mais espessa for a barra, o que leva muitos
fabricantes a adotar estabilizadores mais grossos em versões
esportivas -- por exemplo, no antigo Kadett GS/GSi em relação aos
demais da linha.
Uma das vantagens do estabilizador, que pode ser aplicado a qualquer
dos eixos ou a ambos, é permitir o emprego de molas mais macias, com
carga de 15% a 20% menor, para um rodar mais confortável. Nesse caso,
o estabilizador não vem reduzir sensivelmente a rolagem, mas trazer
ganho em conforto sem perda em estabilidade. O efeito de amarração
do estabilizador só aparece quando as rodas do mesmo eixo se
movimentam de forma desigual, como as passar por um obstáculo com
apenas um lado do carro.
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Isso
explica por que um carro sem estabilizador não é inseguro, mas
requer molas mais duras para manter a estabilidade. A GM não o usa no
Celta e a Ford só em 1996 o aplicou ao Fiesta, que então pôde
ganhar molas mais macias. Há também casos de aplicação do
estabilizador traseiro apenas em certas versões, como a GTI 16V do
Gol.
Adotar ou substituir o estabilizador envolve alguns critérios, mas a
avaliação prática é o melhor meio de verificar se foi uma medida
acertada. Ocorre que, quando menor a rolagem (graças ao efeito do
estabilizador ou de molas mais duras), maior a tendência daquele eixo
a desgarrar, a sair em curvas. Assim, a aplicação de um
estabilizador espesso sem critérios pode até piorar a estabilidade.
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